São Paulo – Movimentos sociais, entidades de classe e organizações não governamentais farão amanhã (8) a partir das 9h na sede do Conselho Regional de Psicologia, na capital paulista, um seminário para o lançamento da Frente Drogas e Direitos Humanos de São Paulo. O grupo atuará localmente sob a mesma plataforma da Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos, cujo objetivo é debater e propor políticas públicas sobre drogas, pautadas pelo respeito aos direitos humanos. A atividade é aberta à participação de qualquer pessoa interessada no tema.
De acordo com a integrante do coletivo Desentorpecendo a Razão (DAR) Gabriela Moncau, o objetivo da frente em São Paulo é aproximar a atuação e o debate do cotidiano das pessoas. “Queremos ampliar o debate. Nosso entendimento é que o enfrentamento repressivo às drogas e às comunidades terapêuticas é ineficaz como política sobre drogas. Somos contra a proibição e a favor do respeito a autonomia das pessoas”, explica Gabriela. Outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Distrito Federal, já contam com grupos locais da frente.
Durante o seminário haverá um debate sobre o impacto da proibição das drogas sobre os direitos humanos em São Paulo. Ao final, por volta das 14h, será aberta uma plenária cujo tema será “A conjuntura pede respostas”. A partir deste seminário, a frente pretende construir uma agenda de ações para o ano de 2013.
A mesa contará com a participação de Weber Lopes, do Projeto Meninos e Meninas de Rua, falando sobre encarceramento em massa e criminalização da pobreza; da defensora pública Daniela Skromov, discutindo a ação na região do centro da capital chamada de “cracolândia”; e do militante do Movimento Nacional da População de Rua, Anderson Lopes, apresentando a perspectiva da população de rua sobre o tema. Também participam Júlio Delmanto, do Coletivo Densentorpecendo a Razão (DAR), falando sobra as lutas antiproibicionista e antimanicomial; e Daniel Adolpho, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de Interlagos (Cedeca), debatendo o panorama da política de saúde mental.
A Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos surgiu no início deste ano, e agrega 52 entidades e movimentos sociais que preconizam políticas públicas de drogas baseadas nos direitos humanos, no respeito aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), às diretrizes da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial e da XIV Conferência de Saúde.