Ex-ministro foi o convidado da última terça-feira do programa “Entre Vistas”, com Juca Kfouri, às 21h. Segundo Amorim, papa acolheu prontamente pedido de audiência para falar sobre Lula e o Brasil
Os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) na Presidência da República foram marcados por uma política externa que projetou o Brasil como protagonista na geopolítica internacional. À frente dessa mudança de postura esteve o ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, convidado desta terça-feira (21) do programa Entre Vistas, na TVT, a partir das 21h.
E é com a interrogação de como o Brasil era visto pelo mundo no governo Lula e como é percebido atualmente, pós-impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que o apresentador Juca Kfouri inicia o programa.
“Há diferença é imensa. Várias pessoas no exterior falam disto. O ex-ministro das Relações Exteriores da França, do governo de Jacques Chirac, já disse que o Brasil está ‘fazendo falta na ordem mundial’. O Brasil esteve presente no tabuleiro internacional e hoje, até no regional está ficando omisso”, destaca Celso Amorim.
Juca Kfouri lembra que durante muito tempo houve a crítica de que a política externa do governo Lula, estabelecendo novos negócios e abrindo diálogo com países africanos, árabes, entre outros, era acusada de “bolivariana”, uma definição que, na visão de Amorim, sempre foi apenas uma “bobagem”.
“As pessoas queriam sair na foto com o Lula. É uma tolice total dizer que a nossa política era ideológica. Para a direita, ideológica é a política da esquerda, e a dela é de ‘interesse nacional’”, define Amorim, também ex-ministro da Defesa no governo de Dilma Rousseff.
Durante o Entre Vistas, Amorim fala da recente visita que fez ao Papa Francisco, em Roma, ocasião em que presenteou a autoridade máxima da Igreja Católica com um livro sobre a perseguição política e judiciária sofrida por Lula e, por sua vez, recebeu das mãos do papa uma mensagem de bênção dirigida ao ex-presidente, preso desde 7 de abril em Curitiba.
Segundo o ex-ministro, Francisco respondeu o pedido de audiência em menos de 12 horas, algo pouco comum. Com cuidado para “não cometer inconfidências”, Celso Amorim diz que a conversa com o pontífice passou por temas como o risco e a onda neoliberal que está desintegrando a América Latina, e que o Sumo Sacerdote ainda explicou como obtém notícias do Brasil e de Lula.
Participam do programa a sindicalista Rita Berlofa, dirigente bancária de São Paulo e presidente da UNI Finanças internacional, e Ananda Mendez, estudante de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.