Notícias

Falta de informação é o pior da gripe A, avalia psicólogo

A única arma contra a comoção social criada em torno da gripe A é a disseminação da informação de qualidade. Não há dúvida de que a situação é grave para a saúde pública, mas é preciso haver ponderação, destaca o psicólogo e professor da PUC-SP Antonio Carlos Amador Pereira. “O medo é uma reação natural de defesa das pessoas. Afinal, sem medo se corre mais riscos. O problema é quando esse sentimento se torna excessivo, porque paralisa e leva ao pânico”, observa. “A falta de informação pode gerar muito medo.”

Essa é a situação que já começa a se desenhar no cenário da gripe A, transmitida pelo vírus Influenza A H1N1. E-mails circulam pela internet com conteúdo que levanta dúvidas sobre a veracidade das informações oficiais sobre a doença e, pela sua abrangência, começam a levar pânico às pessoas. “As informações levianas chegam tão rápido quanto o próprio vírus”, compara o psicólogo.

“Nós somos desconectados da biologia. Esses processos fazem parte da vida. Sempre vai haver um vírus mutante e nós precisamos estar preparados para isso, sempre” – Antonio Carlos Amador PereiraSegundo Amador Pereira, é necessário que o governo aumente a informação de qualidade. “É preciso ser transparente. Quando há orientação segura, a população se tranquiliza. É isso que ele espera do Ministério da Saúde, que, eventualmente dá a impressão de desinformação a respeito do assunto.”

Do ponto de vista psicológico, Amador Pereira lembra que os medos se alastram, e ele volta a insistir que há remédio para isso: informação. “As pessoas têm de saber como se cuidar se estiverem contaminadas e precisam saber como evitar a doença”, diz. Para a pessoa que suspeita estar contaminada, ele recomenda muita calma, apesar de tudo. “A atitude ajuda o organismo a reagir.”

Além disso, Amador Pereira avalia que seria muito positivo se a população tivesse acesso, por meio da mídia, a informações sobre as pessoas que já estiveram gripadas e se recuperaram.

O psicólogo faz uma crítica: “Nós somos desconectados da biologia. Esses processos fazem parte da vida. Sempre vai haver um vírus mutante e nós precisamos estar preparados para isso, sempre”.

Deixe um comentário