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Fórum dos Movimentos Sociais Paulista se organiza a favor de um Estado mais justo e solidário

Foi ao som de músicas, teatro, militantes bailando no Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo (13/5), a CUT Nacional, CUT de São Paulo e mais de 50 entidades lançaram o Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, na quadra dos Bancários, centro da capital. Aproximadamente 500 pessoas participaram do encontro que tem como proposta ter lançamentos regionais do Fórum no Estado.

O objetivo principal da iniciativa é a construção de bandeiras unitárias, como a organização de mobilizações. A negligência do governo paulista em temas como o da greve dos professores estaduais deste e de anos anteriores, que cobra educação pública de qualidade e valorização dos servidores, não pode ser aceita pelas entidades que integram o Fórum.

Para o secretário-geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, é um dia histórico que reúne o que há de melhor dos movimentos sociais urbanos e do campo. Enquanto a maioria dos brasileiros (as) comemoram a inclusão social dos últimos anos, uma parcela da população de São Paulo não aceita que o pobre ascenda socialmente. “A irritação com a gente é essa, que o Brasil está mudando. O Fórum é um recado para essa minoria que não aceita o diálogo, nem a democracia. A democracia é um conquista da classe trabalhadora e vamos lutar a favor dela. Queremos um estado democrático, com liberdade e desenvolvimento”, afirma Sérgio.

A criação do Fórum é o fortalecimento da unidade política e ideológica dos movimentos sociais em São Paulo, por meio de estudo e lutas, respeitando a autonomia de cada entidade e articulando os interesses comuns para intervenção com a sociedade.

Para o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, o Fórum tem como objetivo ser uma plataforma de diálogo da sociedade com o governo do estado. “O fórum de entidades tem preocupação com as pessoas, com os trabalhadores e defende políticas inclusivas em São Paulo, que possa acolher todos e todas”, afirma Adi.

O presidente do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo (SinPsi), Rogério Giannini, que também apoia e participa do Fórum dos Movimentos Sociais (FMS), já passou da hora de se criar um bloco de esquerda popular para impulsionar conquistas das reivindicações sociais. “O governo estadual paulista e muitas prefeituras se encontram à margem do processo reivindicatórios dos movimentos populares e o FMS é o caminho para obter conquistas sociais”, destaca.

Giannini lembra também as reivindicações dos movimentos populares nas mais diversas áreas como habitação, segurança pública, na criação do plano diretor para destinar áreas públicas destinadas para habitação e lazer e na reforma agrária podem e devem ter a participação do governo paulista e das prefeituras. “O FMS é a oportunidade de se criar uma massa crítica e alavancar a capacidade de lutas e conquistas dos movimentos populares”, opinou.

No maior estado do país, não há uma política estadual que seja referência em todo o espectro das responsabilidades públicas. As organizações de esquerda que fazem parte do fórum priorizam, a partir de São Paulo, os temas nacionais em detrimento da construção de um projeto alternativo para o estado. “É urgente e necessário um projeto político para São Paulo, que se enraíze nos problemas e propostas do povo paulista e se nutra da vontade que esse povo tem de provocar as mudanças necessárias. Queremos o projeto popular para um Estado de São Paulo inclusivo, justo e solidário”, diz trecho da carta de lançamento do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.

Os temas a serem aprofundados no estudo e nas lutas do Fórum serão: Indústria e Emprego, Desenvolvimento Rural Sustentável e Reforma Agrária, Modelo Energético, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Políticas Públicas para Educação, Saúde, Segurança Pública, Transporte, Cultura, Mulheres, Racial, Direitos Humanos, LGBT, Saneamento e Recursos Hídricos e Democratização da Mídia.

Constantemente refinar a análise da conjuntura e estabelecer com mais profundidade um diagnóstico comum do estado, promover debates de propostas que acumulem para a elaboração de um Projeto Popular para São Paulo, definir bandeiras comuns de luta e disseminar textos elaborados pelo Fórum, a fim de informar a população, são outros objetivos da iniciativa.

O Fórum já inicia suas tarefas. A organização participará do “Seminário Direitos Humanos no Estado de São Paulo”, que acontecerá na Assembleia Legislativa no dia 19 de Junho. Ainda em Maio, dia 31 a plataforma se junta ao ato Poder Popular e mais direitos, organizado pela Central de Movimentos Populares, na Praça da Sé. O Fórum também convida todos a somar no dia 29 deste mês no Dia Nacional de Mobilização de paralização rumo à greve geral organizado pela CUT e outras Centrais Sindicais. 

 

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