A livraria Martins Fontes, na avenida Paulista, foi palco na noite desta quarta-feira (9) do lançamento do livro “Terceirização no Brasil: do discurso da inovação à precarização do trabalho (atualização do debate e perspectivas)”, co-parceria da Editora Annablume com a Central Única dos Trabalhadores.
Resultado do esforço de sindicalistas e assessores sindicais da CUT, em conjunto com pesquisadores de diversas universidades e gestores públicos, a obra organizada por Denise Motta Dau, secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT e mestra em Saúde Coletiva; pelo professor doutor da USP, Iram Jácome Rodrigues e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, consegue retirar o falso véu de modernidade da terceirização.
Prestigiaram o evento cerca de 100 lideranças sindicais nacionais e internacionais, autoridades e professores universitários. Entre outras importantes presenças, destacamos a de Ivan González, da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA); Adolfo Aguirre e Andres Larisgoitia, da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) e da Coordenação das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS); Letícia Macedo, da Embaixada da França; José Silvestre, do Dieese Nacional e Artur Henrique, presidente nacional da CUT.
“Foi consenso que a terceirização traz a precarização e que este processo vai diferenciando e fragmentando os contratos de trabalho e, consequentemente, leva à fragilização da organização sindical”, destacou Denise. Conforme a dirigente cutista, “os textos publicados trazem exemplos concretos de discriminação e diferenciação entre os trabalhadores contratados e terceirizados (texto de abertura) não só do ponto de vista macro de relações de trabalho, mas de questões básicas como acesso refeitório, vestiário, cesta básica, vale alimentação de trabalhadores no mesmo local de trabalho”.
Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, Denise ressaltou que “a terceirização se articula com o debate que a CUT faz sobre a Democratização das Relações de Trabalho”. “O debate de regulamentar a terceirização traz a importância dos sindicatos se colocarem como protagonistas no processo e representar este segmento de trabalhadores. Para isso, precisamos de uma legislação que assegure igualdade de direitos e obrigue o empresariado a negociar com as entidades sindicais, o que ajudaria em muito a democratizar um pouco as relações de trabalho no Brasil”, sublinhou.