Mais uma vez o SinPsi participou do ato do dia 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O sindicato se uniu a usuários, familiares e trabalhadores de Saúde Mental para bradar pelo fim dos manicômios.
Apesar da chuva constante e do frio, o ato lotou o vão livre do Masp no início da tarde, com cerca de 4 mil pessoas saindo depois em caminhada até o Insituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, com direito a um verdadeiro carnaval promovido pelo BatuCaps, com madrinha de bateria trans, encenação teatral do Caps Juventude Santo Amaro, Coral Cênico Cidadãos Cantantes e jogral.
O clima era de comemoração pela saída de Valencius Wurch da coordenação de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, mas sem deixar de lado que a luta ainda é grande por um nome de peso, que represente a reforma psiquiátrica no Ministério da Saúde.
O ato começou com apresentação teatral do Projeto AmarGen, grupo teatral que reúne trabalhadores e usuários Caps São Bernardo. Em seguida, foi aberto espaço para falas dos usuários e familiares. Foi quando Marcia Argyris, mãe de usuária do Caps Unifesp, denunciou a entrega da sede, na Vila Mariana, motivo do surgimento Caps sem Teto.
“Queremos um lugar para tratar nossos filhos e viemos aqui pedir o apoio de toda a sociedade. As mães de usuários estão reunidas para lutar por um local próprio, com cuidado integral”, disse.
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O Caps ligado à Unifesp é um centro de referência. Alguns usuários frequentam o centro de segunda a sexta-feira e se envolvem com atividades diversas que buscam a reintegração no convívio social. Leia mais sobre a perda do imóvel aqui.
O presidente do SinPsi, Rogério Giannini, fez o lançamento do filme “Fora, Valencius”, produzido pelo SinPsi com parceria da ViaTV. Veja aqui.
“Os nossos adversários na luta antimanicomial encontraram força, encontraram o chamado descaramento, a desfaçatez de indicar Valencius, um sujeito claramente identificado com a política manicomial exatamente para cuidar da política de Saúde Mental no Brasil. Esta cara de pau foi respondida com grande força, com grande energia”, afirmou Giannini.
Organizadora do ato, a Frente Antimanicomial de São Paulo, disse que a sociedade não pode aceitar retrocessos na área, e que existe uma forte ligação entre a democracia e a humanidade do tratamento psiquiátrico, que não pode ser refém do mercado.
“Aqueles que não obtiveram aprovação nas urnas e que se associam aos interesses de empresários financiadores inescrupulosos (do capital que se favorece pelo enfraquecimento e minimização do Estado), setores do Judiciário e da mídia, mancomunados para produzir atalhos que poderão escrever, se tiverem êxito, uma história de trevas”, pontuou Moacyr Bertolino.