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Mídia e Temer: acabou a lua de mel?

Não seria fácil para a velha mídia esconder os atos em todo país neste 31 de março, Dia Nacional de Mobilização. Mas além de cobrir com surpreendente honestidade as manifestações, repetindo o que já fizera no último dia 15, os principais portais do país também trazem ao menos três outras notícias desfavoráveis ao ilegítimo Michel Temer (PMDB).

Talvez impressionada pela repercussão negativa e a mobilização popular contra a reforma da aposentadoria proposta por Temer, os canais resolveram mudar o tom e destacaram o aumento da rejeição ao golpista. Mais da metade dos entrevistados (55%) o consideram ruim ou péssimo. O índice era de 39% há nove meses.

No Nordeste, a situação é ainda pior. Por lá, ele é considerado um desastre para 67% das pessoas.

Também hoje, os principais veículos do país mostraram que o desemprego atingiu a marca de 13,2% no trimestre de dezembro a fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia), maior índice para o período desde que o instituto passou a publicar a pesquisa, em 2012.

Não bastassem esses fatores, o jornal Valor Econômico apontou ainda o movimento do senador Renan Calheiros (PMDB), do mesmo partido do presidente, que acena com o rompimento em relação a Temer e a aproximação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já de olho nas eleições presidenciais de 2018.

Para o Presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, a mídia começa a perceber a barca furada que foi o apoio ao impeachment e começa a desembarcar dela. “A imprensa não tem amigos. Quando optou por Temer, não foi por ser um grande estadista, mas por representar a alternativa mais fácil para tirar a presidenta eleita Dilma Rousseff do poder e, junto com ela, o projeto de desenvolvimento que encampava. Isso, aliado a movimentos financiados sabe-se lá por quem, resultou no desastre que vemos hoje e que a CUT já apontava. O povo já compreendeu isso e agora a imprensa tenta mudar o tom rapidamente”, analisou.

O dirigente, alerta, porém, que a classe trabalhadora não pode cair na armadilha de considerar agora a velha mídia como uma aliada da democracia.

“A classe trabalhadora só pode contar com ela mesma e por isso o único movimento aceitável ao movimento sindical e aos movimentos sociais neste momento é aumentar a pressão nas ruas. Até porque, não faz diferença para quem não foi eleito, ter índices negativos de avaliação. Por isso, não descansarão enquanto não arrancarem todos nossos direitos. Mas podem esperar, a pressão popular vai crescer e a greve geral vem aí”, alertou.

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