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Mulheres organizam atos em defesa da democracia no dia 8 de março; entenda as pautas

Em São Paulo (SP), professoras municipais e estaduais tiraram indicativo de greve para a data

Como todo ano, mulheres saem às ruas no 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, para combater o machismo, o racismo e a desigualdade. No Brasil, as ativistas aproveitam o momento para denunciar os efeitos do golpe no aprofundamento das desigualdades de gênero.

Em 2018, as entidades que organizam o ato unificado do 8 de março pontuam três pautas prioritárias: a luta pela vida das mulheres, a defesa da democracia e da soberania e a denúncia da reforma da Previdência.

A militante Luka Franca, da Marcha das Mulheres Negras, afirma que os temas do ato unificado sintetizam a avaliação política das organizações sobre a conjuntura política.

“A gente vive um processo em que tem cada vez mais desmontes das políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher; as mulheres negras morrem mais do que as mulheres brancas, e a gente não tem tido nenhuma resposta a isso”, disse.

Franca pontua que a defesa da vida das mulheres será pauta com a denúncia dos cortes de verbas políticas para o enfrentamento à violência contra a mulher, em um momento em que as denúncias das violações crescem. Outro debate que elas novamente trazem à tona é o direito ao aborto.

Já a luta por democracia e soberania serão expressas pela contraposição à intervenção federal militar no estado do Rio de Janeiro e às tentativas de privatizações promovidas pelo governo golpista de Michel Temer (MDB).

Previdência
Sônia Coelho, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, explica que a denúncia da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que altera as regras para a aposentadoria, permanece como um dos temas do ato deste ano.

Na última segunda-feira (19), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), retirou a proposta da reforma da Previdência da tramitação. Ainda assim, a militante pontua que as organizações entendem que, mesmo com a vitória, o tema pode ser retomado no segundo semestre.

“Essa reforma, como a gente tem comentado, afeta diretamente as mulheres. A Previdência, em uma sociedade tão desigual como a nossa, é um mecanismo que minimamente dá alguns equilíbrios, já que as mulheres podem se aposentar um pouco antes”, afirmou a militante feminista.

Além da Marcha Mundial das Mulheres e Marcha das Mulheres Negras, as entidades que compõem a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo também organizam o ato unificado do do 8 de março.

Em São Paulo (SP), a concentração será às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no bairro Vila Mariana. Na capital paulista, as professoras estaduais e municipais já votaram indicativo de greve para a data.

Já as paranaenses se reúnem na Praça 19 de Novembro, localizada no centro de Curitiba (PR). A agenda completa dos atos em todas capitais deve ser divulgada nesta semana.

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