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Não aumentou o número de negros no Enem, aumentou a identificação racial, avalia ativista

Dos 5,7 milhões de participantes da edição de 2012 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mais da metade são negros. Para o integrante da UNEafro Brasil, Douglas Belchior, o número não é consequência da Lei de Cotas.

Dos 5,7 milhões de participantes da edição de 2012 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mais da metade são negros. São 2,4 milhões de inscritos que se declararam pardos; 694 mil, pretos e 35 mil, indígenas. Os dados foram divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação.

Para o integrante da UNEafro Brasil, Douglas Belchior, o número não é consequência da Lei de Cotas, mas o resgate da identidade da população negra a partir da luta dos movimentos do setor.

“Não acredito que hoje seja 50% de afrodescendentes inscritos. Eu acredito que isso deve ser uma permanente. Existe hoje uma condição de identificação muito melhorada. Esse resgate de identidade faz com que a população se veja como negra, passe a autodeclarar isso nos diversos momentos em que é necessário.”

Belchior, ainda defende que a Lei de Cotas é uma política necessária, mas que precisa ser aprofundada. Para ele, a aplicação progressiva do sistema de cotas, que tem previsão de atingir a meta em quatro anos, é lenta.

“É ainda em uma velocidade muito aquém da necessidade. E aí percebendo que vai ser primeiro 12%. Percebe que o percentual relativo ao negro está sempre em segundo lugar. O primeiro recorte é estudante de escola pública, o segundo recorte é o racial.”

A lei de cotas, sancionada no dia 29 de agosto, determina que instituições federais de ensino superior destinem pelo menos metade das vagas para estudantes que tenham feito todo o ensino médio em escolas públicas, de forma gradual. Além disso, o projeto também estabelece critérios complementares de renda familiar e étnico-raciais.

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