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Novembro Azul: mulheres transexuais também devem ter acesso à informação e atendimento humanizado

Novembro é o mês de toda a sociedade voltar a atenção à saúde do homem, graças à campanha Novembro Azul, criada para alertar sobre a importância do exame de próstata como prevenção de câncer de próstata. É comum vermos imagens na cor azul, com desenhos de bigodes, chapéus, charutos, esportes e tudo mais que remeta ao universo do homem heterossexual.

Acontece que existe um público, cada vez maior, que deveria ser igualmente atingido pelas campanhas publicitárias do Novembro Azul: as travestis e transexuais, que, por ter formação biológica masculina, também precisam se atentar para os cuidados com a próstata. Esse grupo passou a ser incluído no Novembro Azul ano passado, por meio de campanha da Cruz Vermelha do Brasil.

O foco é no atendimento integral e humanizado a quem ainda sofre muito estigma em nossa sociedade. Por isso, neste ano o SinPsi abraça a causa e promoveu um Novembro Azul colorido e inclusivo, com o slogan “Pra todo mundo que tem próstata”.

“As travestis e trans não se sentiam impactadas pelas campanhas, que insistem em dizer que no mês de novembro o que está em debate é a saúde do homem. Como elas não se reconhecem homens, qual a chance de se preocuparem com a prevenção do câncer de próstata?”, questiona Fernanda Magano, presidenta do SinPsi.

O direito ao cuidado integral com a saúde é de todos e todas, independentemente da identidade de gênero, orientação sexual ou sexo biológico. A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, instituída pela Portaria nº 2.836, de 1º de Dezembro de 2011, parte do princípio de que a falta de informação e a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero colaboram para o adoecimento e sofrimento dessa população.

Trans

Sexo biológico diz respeito aos órgãos sexuais e cromossomos que a pessoa tem ao nascer, já identidade de gênero é a maneira como o indivíduo se enxerga e como se identifica. Um indivíduo pode se identificar com o gênero masculino, feminino, com ambos ou com nenhum deles. A identidade de gênero, inclusive, pode estar condizente ou não com o corpo biológico.

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Mulheres transexuais são aquelas que nasceram com corpo biológico masculino, mas não se identificam com ele nem com suas funções socioculturais. É comum que elas utilizem hormônios para interromper o nascimento de barba e pelos, entre outras estratégias para adequação do corpo ao gênero com o qual se identificam. Mas isso não é uma regra e as intervenções podem não ser feitas. Como a maioria das mulheres trans não passam por cirurgia de retirada do pênis, possuem próstata passiva de aumento e, consequentemente, de câncer.

A dignidade de todo e qualquer ser humano, bem como o pleno acesso a seus direitos, devem ser respeitados independentemente da identidade de gênero. Mulheres transexuais se identificam como mulheres e é preciso respeitar essa identidade de gênero, inclusive nos serviços de saúde. O primeiro passo para isso é reconhecer o nome social, que é o nome pelo qual a pessoa prefere ser chamada no cotidiano, ao invés do seu nome de registro civil, que não corresponde à sua identidade de gênero.

Os serviços de saúde, bem como seus profissionais, devem oferecer acolhimento humanizado durante o atendimento das transexuais. É preciso respeitar o intenso sofrimento e histórico de preconceito e descriminação pelo qual costumam passar essas pessoas, promovendo o acesso à saúde de maneira integral e completa, indo além da abordagem das doenças sexualmente transmissíveis.

“A consciência de fazer o exame é fundamental, mas saber que o exame precisa ser inclusivo para todas e todos é ainda mais importante. O Novembro Azul deve reunir homens e mulheres trans sempre. Viva a diversidade!”, diz Fernanda.

Homens

Uma recente pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que entrevistou 5 mil homens, revelou que 47% dos entrevistados nunca realizaram exames para detectar o câncer de próstata, 44% jamais se consultaram com o urologista e 51% nunca fizeram exames para aferir os níveis de testosterona (hormônio masculino) no sangue.

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde estima que 31% dos homens heterossexuais brasileiros não têm o hábito de ir ao médico e, quando o fazem, 70% tiveram a influência da mulher ou de filhos. Em 2012, outro estudo do órgão apontou também que os homens são mais suscetíveis às doenças cardiovasculares, possivelmente pelos comportamentos de risco mais frequentes.

Tod@s

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as pessoas adotem níveis adequados de atividade física ao longo de toda a vida. Ações como subir dois ou mais andares de escada, realizar deslocamentos caminhando para visitar os amigos, participar de atividades lúdicas, utilizar bicicleta para o trajeto até a padaria, dentre outros, são alternativas de atividade física e contribuem para o indivíduo manter-se ativo. Os momentos de lazer também podem ser utilizados para a prática de atividades físicas, por exemplo: jogar bola, andar de bicicleta ou praticar algum esporte.

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