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O Brasil vive o anti-SUS

Segundo o Ministério da Saúde, 3,6 milhões menores de 5 anos ainda não foram vacinados contra a gripe

Na semana passada, o que mais preocupou, eu diria assustou, todos os profissionais de saúde e quem acompanha os programas nacionais de saúde do nosso país e toda a construção do SUS, foi o resultado desastroso da redução da cobertura vacinal das nossas crianças, o que demonstra o descaso das políticas atuais do governo federal. Mas, mais do que isso, porque estamos em uma situação mais grave, existe uma verdadeira coalizão nacional anti-SUS. Como o governo federal, a postura defensiva de vários governos estaduais e de governos municipais que assumiram prefeituras a partir de 2016.

Essa coalizão de atores dos governos federal, estadual e municipal, combinado com o congelamento dos recursos para o Ministério da Saúde, é a principal responsável pela redução da cobertura vacinal no país. Isso é de uma gravidade enorme, porque é o pior resultado em 16 anos.

Não à toa, a gente também está assistindo o aumento do índice de mortalidade infantil, porque uma coisa tem tudo a ver com a outra. A redução da cobertura vacinal tem a ver com a baixa capacidade de atuação das equipes de atenção primária, com os cortes e redução do trabalho dos agentes comunitários de saúde, a desarticulação da atenção básica, o freio de mão puxado no programa Mais Médicos, tudo tem relação direta com a atenção primária, que é onde acontece a vacinação.

Tudo isso combinado com doenças imunopreveníveis, como é o caso da febra amarela, aliás, mais uma vez, começa na metade do ano a correia da busca atrás da vacina, o que mostra a falta de planejamento e ampliação de cobertura vacinal que já era apontada há muito tempo.

Vivemos em tempos de anti-SUS e, nós, que acreditamos e defendemos esse bem maior, continuaremos a resistir.

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