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Para combater privatizações, CUT-SP consolida Macrossetor do Serviço Público

Organizar o Macrossetor do Serviço Público e ampliar o enfrentamento às políticas de desmonte do governo de São Paulo. Estes foram os encaminhamentos aprovados por sindicatos e federações do funcionalismo público paulista neste sábado (30), no centro da capital paulista.

Diante de um cenário de privatização, terceirização e demissões dos servidores públicos, o presidente da CUT estadual, Douglas Izzo, lembrou que as organizações sindicais estarão unidas a outros sindicatos e federações em torno de pautas comuns do funcionalismo.

“Vivemos diante do chamado ‘Estado democrático de direito’ que, na prática, não existe. É só ver o Judiciário, o Executivo e o Legislativo que não respondem aos anseios do povo brasileiro e fazem o entreguismo e a destruição de nossas riquezas. Vemos o desemprego aumentar, pessoas sem moradia, o aprofundamento da miséria e da fome. Por isso, quando a gente se une, se articula e se organiza, o nosso campo é quem ganha”, afirmou.

Categorias em luta

Além da privatização, a terceirização sem limites, aprovada pelo Congresso Nacional no início deste ano e já sancionada pelo Executivo, é um dos principais problemas que enfrenta hoje o Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias de Fiscalização do Exercício Profissional e Entidades Coligadas no Estado de São Paulo (Sinsexpro).

Segundo a diretora jurídica da entidade, Inês Granada, a construção do macrossetor irá somar forças para resistir a esses ataques. “A experiência deste macrossetor é um sonho desde muito tempo. Na nossa categoria, temos muitas especificidades, mas dentro deste espaço vamos conseguir fortalecer a nossa luta contra a terceirização e minimizar a falta de identidade que acontece pela diferença na forma de contratação e do regime de trabalho”, avalia.

Ao avaliar que o macrossetor irá fortalecer as lutas no estado e relatar experiências da educação, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial no Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, alerta para a luta contra a reforma da Previdência. “Se isso passar, será o desmonte total.

Eu diria até que é uma intenção deliberada desse governo golpista, e os estados também querem, para acabar com a previdência pública e fazer todo mundo comprar plano de previdência privada”, disse.

Bebel também criticou o descaso do governo estadual. “Nós formamos os profissionais do futuro e por isso o nosso enfrentamento só aumenta contra o governo de Geraldo Alckmin, que tem sido um vilão para a educação, retirando direitos dos professores”, afirmou a dirigente do sindicato que representa 230 mil professores.

Chega de Alckmin e Doria!

Com uma base de 53 mil trabalhadores, a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde), Cleonice Ribeiro, falou sobre a preocupação com a privatização do setor e relatou que 60% de sua categoria é formada por terceirizados ou trabalhadores que atuam por meio de Organizações Sociais (OSs).

“Nós somos massacramos não só pela política nacional de privatizações, mas pela política estadual do governo Alckmin. Esta iniciativa do macrossetor irá nos fortalecer neste enfrentamento contra a retirada de direitos”, disse.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira, apontou que também na capital paulista se repete a política de sucateamento comandada pelo prefeito João Doria (PSDB).

“Acreditamos que o Doria, que não quer negociar, tente aumentar a alíquota de nosso instituto de Previdência e depois acabar de vez com ele, além de criar a Previdência complementar, jogando isso nas mãos dos bancos. Uma prova disso é que agora trazem para perto deles a Federação Brasileira de Bancos (Febraban)”, alerta.

Além disso, o dirigente critica as privatizações de mercados municipais, parques, praças, do sistema do bilhete único, terminais de ônibus e cemitérios. “Ao lado dos sindicatos e movimentos sociais estamos fazendo a campanha ‘SP Não Está à Venda’ que precisa de 177 mil assinaturas da população para barrar as ações de Doria”, conta.

Ao lado do Sindsep-SP, o presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo (Fetam-SP), Luciano Manoel do Nascimento, também reforçou a luta contra a privatização. “A conjuntura direciona a unidade já que estamos sofrendo intensos ataques. É muito importante que possamos construir debates sobre o controle do Estado, já que um dos nossos inimigos é o capital estrangeiro, aliado a setores brasileiros que trabalham a serviço dele”, disse.

Próximas ações – Os sindicatos do funcionalismo realizarão em outubro debates, audiências e protestos. Entre as ações, haverá ato e paralisação dos servidores de várias centrais sindicais no dia 27 de outubro.

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