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Por um debate mais aberto e menos demagogo sobre as drogas

A guerra às drogas falhou em todos os países que foi implementada, e segue falhando no Brasil. Está na hora de pensarmos uma nova política

No dia 26 de Junho foi o celebrado o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilegal de drogas. Uma ótima data para que a sociedade discuta a política de drogas atual, altamente proibitiva e que encarcera milhares todos os anos.

Em São Paulo, a prefeitura tucana de João Doria e agora de Bruno Covas encerrou qualquer política de redução de danos e de abordagem mais humana na região da chamada cracolândia, iniciada pelo programa De Braços Abertos, substituindo por mais repressão da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana. Além disso, a prefeitura trava contra a Defensoria Pública de São Paulo uma guerra para fechar todos os hoteis cadastrados no programa. Ou seja, não há nenhum respeito pela autonomia dos usuários, os tratando como caso de polícia.

A guerra às drogas também afeta milhares de mulheres pelo Brasil. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SAP-SP) divulgadas em fevereiro, 65%  das mulheres presas no estado respondem por tráfico de drogas. Cabe lembrar do episódio de Jéssica Monteiro, que teve que voltar à prisão com o filho recém-nascido.

Está mais do que na hora de um debate sério sobre a legalização das drogas para que essa política proibitiva, que prende jovens negros e negras e pobres, superlotando as prisões brasileiras. A histórica militante negra Angela Davis, em visita à Bahia em 2017, comparou o sistema carcerário a uma espécie de escravidão moderna. “É simplesmente um argumento que visa manter o racismo e a repressão do encarceramento e do aprisionamento. E, portanto, a abolição é a estratégia que abraçamos”

O debate demagogo sobre as drogas no Brasil afeta diversas áreas da nossa sociedade. E mascara o debate sério que deve ser feito. Ao invés da intervenção militar no Rio de Janeiro, por que não discutirmos políticas como a descriminalização das drogas? Ao invés de voltarmos ao debate das comunidades terapêuticas, por que não trabalharmos a política de redução de danos, de devolver cidadania e dignidade @s usuári@s?   

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