Petição já tem mais de 540 mil assinaturas e pretende chegar a 1 milhão. “Somos muitos que acreditam que o prêmio ajudará a fortalecer a esperança de um novo amanhecer”, diz Adolfo Pérez Esquivel
A quinta-feira (31) demarca o fim do período para coleta de assinaturas em favor da concessão do Prêmio Nobel da Paz ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até as 9h, a petição já contava com cerca de 540 assinantes, e as adesões ocorriam em ritmo acelerado.
Para formalizar a candidatura é preciso reunir, até essa data, assinaturas de indivíduos que se encaixem nos critérios estipulados pela organização que concede o prêmio – como, por exemplo, ser professor(a) universitário(a) ou diretor(a) de instituto de pesquisa da paz, ou mesmo detentor do prêmio, como é o caso de Adolfo Pérez Esquivel, que enviou carta ao comitê do prêmio, indicando Lula.
“Com o mesmo senso de esperança que Martin Luther King transmitiu quando disse ‘Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira’, somos muitos que acreditam que o Prêmio Nobel da Paz para Lula ajudará a fortalecer a esperança de poder continuar construindo um novo amanhecer para dignificar a árvore da vida”, justificou Esquivel na carta.
Lula está preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril de 2018, graças a uma sentença da Operação Lava Jato que tenta construir uma narrativa de seu envolvimento com crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com a suposição de que ele seria proprietário de um tríplex no Guarujá, que jamais apareceu em seu nome. ‘Lawfare’, ou guerra jurídica, foi o termo encontrado por sua defesa para desnudar a atuação política do judiciário para tirar o ex-presidente das eleições de 2018.
Com a indicação ao prêmio, Esquivel busca reconhecimento a Lula, pelo fato de ter tirado 30 milhões de pessoas da pobreza, em seus dois mandatos. “Precisamos superar a fome, a pobreza e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém: é para salvar vidas”, prometeu o ex-presidente, tão logo assumiu seu primeiro mandato.
O manifesto enviado pelo argentino destaca três argumentos de que o ex-presidente deixou um legado sem precedentes no combate à redução da pobreza e da fome no Brasil. O documento considera que houve redução na taxa de desemprego, próxima a 50%, segundo o IBGE, e criação de 15 milhões de empregos, segundo dados do Ministério do Trabalho.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o coeficiente de Gini brasileiro foi 0,583 em 2003, e em 2014 foi 0,518, indicando que as políticas sociais implementadas pelo PT deixou um Brasil com menos desigualdade social, pois a desigualdade média caiu 0,9% ao ano, no período entre 2003-2016.
A implementação de programas de educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, desenvolvido pelo PNUD. Em 2010, chegou à expectativa de vida de 72,9 anos, a uma escolaridade de 7,2 anos de estudo e a uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos.