Após 50 anos de regulamentação no Brasil, a profissão cresceu e se tornou mais responsável. Ao todo são 216 mil profissionais atuantes, distribuídos em todas as esferas da sociedade.
Antes de se tornar uma profissão legalmente reconhecida, a Psicologia era exercida principalmente por médicos e profissionais ligados à educação, em consultórios privados ou no atendimento de demandas individuais, nas empresas. Hoje, após 50 anos da Lei 4.119, que regulamentou a profissão no dia 27 de agosto de 1962, o Brasil possui o maior número de psicólogos ativos do mundo, com 216 mil profissionais em atividade, de acordo com o Cadastro Nacional de Psicólogos do Sistema de Conselhos de Psicologia.
Para se ter uma ideia da dimensão da profissão no Brasil, a Associação Americana de Psicologia (APA, sigla em inglês), tida como a maior associação mundial de psicólogos, contém 137 mil membros. Em termos quantitativos, o País sai na frente, inclusive, da Federação Européia de Associações de Psicólogos (EFPA, sigla em inglês), que agrega 35 nações e tem cerca de 90 mil associados.
Segundo a psicóloga Mitsuko Antunes, esses números evidenciam o quanto a Psicologia cresceu e o quanto está inserida na vida social cotidiana. A profissão atualmente inclui os mais variados temas, que vão desde trabalhos com mobilidade urbana, habitação e defesa civil, até mundo digital, educação, saúde e trabalho. “Essa visibilidade se dá, também, pelo fato da profissão trazer respostas significativas para resolução de problemas”, considera.
Para Mitsuko, esse processo de democratização da atividade incluiu a prática no rol das políticas públicas, com atuação de profissionais nas esferas federal, municipal e estadual. “O psicólogo de hoje está muito mais comprometido na construção das políticas públicas”, define. O universo dessa área conta com mais de 50 mil psicólogos atuando em diversas áreas, entre elas Sistema Único de Saúde, Assistência Social, Administração Penitenciária, Segurança Pública e Forças Armadas.
Busca por especialização
No campo da educação, os números Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (Anpepp) apontam que existem 71 programas de Mestrado, Doutorado ou Mestrado Profissional na área, em 51 Instituições de Ensino, distribuídos em 21 estados brasileiros. Os temas permeiam entre a Psicologia social, clínica, de saúde, comportamento, cognitiva, experimental, de desenvolvimento humano, educacional, neurociência, psicobiologia e psicanálise.
De acordo com a Mitsuko Antunes, a procura por especializações nos cursos de Psicologia podem ser explicadas também pela oferta crescente dos concursos públicos para psicólogos em áreas diversas como saúde, serviço social, educação, judiciário e esporte. “Isso, de certa forma, incentiva a busca por cursos de graduação e pela continuidade dos psicólogos nas pós-graduações”, ressalta.
Psicologia na prática
A ampliação da Psicologia e a diversidade das atividades da profissão serão os temas centrais da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, que acontece entre os dias 20 e 22 de setembro, no Anhembi, em São Paulo. Mais de 19 mil pessoas já estão inscritas para o evento, entre psicólogos e estudantes.
Conforme o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona, a iniciativa será um momento de encontro entre profissionais, marcado por trocas de experiências nos diversos cantos do Brasil. “Também será uma oportunidade para que a sociedade possa apreciar de perto o que está sendo feito no dia-a-dia do psicólogo”, afirma.
A coordenadora da curadoria da 2ª Mostra, Monalisa Barros, enxerga o evento como a maior aula pública de Psicologia já vista no País. Durante os três dias, serão apresentados mais de 5 mil trabalhos de Psicologia, quase 2 mil iniciativas por dia.
“Será um momento único de comemoração à maturidade da profissão com inserções em todos os momentos da vida da comunidade. Ver todas as nossas possibilidades juntas nos possibilitará reconhecer quão grande é o nosso universo e quão criativos somos como categoria”, adianta Monalisa.
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