Os presidentes da CUT, Artur Henrique, e da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, concederam uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (13) para falar sobre o novo formato do 1.º de Maio que será comemorado no Museu da América Latina.
O encontro aconteceu na sede da entidade, na região central de São Paulo, onde os jornalistas também puderam apreciar comidas típicas de Brasil, Bolívia, Cuba, Chile e México.
Com o tema “Todos unidos pela integração regional, trabalho decente, contra o neoliberalismo e a xenofobia”, o 1.º de Maio promovido pela CUT-SP reunirá atrações culturais de toda a América Latina.
A programação completa está disponível no endereço www.1demaiocut2010.com.br.
Atrações – As atividades começam no dia 30 de abril com um seminário sindical internacional que reunirá lideranças cutistas e de entidades sindicais da América Latina. Já no dia 1.º de maio, um ato inter-religioso dá início à celebração. O público terá ainda acesso a uma feira gastronômica e de artesanato latino americano, além de lançamentos de livros e de apresentações musicais de artistas como Milton Nascimento, que homenageará Mercedes Sosa, e de Carlinhos Brown, que encerrará a festividade.
Segundo Adi Lima, a CUT-SP deseja fazer um resgate histórico da importância da data e debater os avanços dos movimentos sociais na América Latina. “Houve mudanças econômicas e políticas em nossa região que afetam os trabalhadores, mas ainda não fizemos uma reflexão profunda sobre como os movimentos sociais se comportaram”, afirmou.
O dirigente apontou ainda que a CUT-SP manterá o formato descentralizado e promoverá outras comemorações do Dia Internacional do Trabalhador na zona sul de São Paulo, São Bernardo do Campo, Osasco, Guarulhos, Campinas e Guarujá.
*Plataforma para as eleições 2010*
Ainda durante o 1.º de Maio em São Paulo, a CUT lançará a Plataforma da Classe Trabalhadora para as Eleições 2010, um instrumento para aprofundar as mudanças iniciadas no governo Lula.
O documento construído com base no processo de reflexão e debates acumulados na Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho, reúne propostas de valorização do trabalho e que levem em consideração o desenvolvimento sustentável articulado a políticas de distribuição de renda, geração de emprego decente, inclusão social e democratização das relações de trabalho.
A plataforma possui três diretrizes centrais:valorização do trabalho; igualdade, distribuição de renda e inclusão social e Estado democrático com caráter público e participação ativa da sociedade.
“Queremos construir uma unidade com as demais centrais, especialmente em pontos comuns como a redução da jornada, a política de valorização do mínimo e o fim do Fator Previdenciário”, disse Artur Henrique, presidente da CUT.
Entre as ações propostas, o dirigente destacou a necessidade de retomar o debate sobre as reformas tributária e política, a respeito da mudança no modelo agrária com maior investimento na agricultura familiar e a aprovação da atualização dos índices de produtividade, a urgência de ampliar instrumentos de democracia direta, incluindo a democratização do Conselho Monetário Nacional e dos meios de comunicação, e a transformação em lei de todas as políticas públicas implementadas nos últimos anos no Brasil.
Questionado sobre o encaminhamento do documento, Artur ressaltou que a intenção é entregá-lo a quem tem condições de implementá-lo. “Não posso apresentar uma plataforma que inclui diretrizes como fortalecimento das centrais e a defesa políticas afirmativas a um candidato que tem como vice um representante do DEM, partido que mantém ações contra o reconhecimento das centrais e é contrário à política de cotas nas universidades”, disse, referindo-se ao pré-candidato à presidência, José Serra.