Notícias

Seminário discute encaminhamentos da Psicologia para Conseg

Psicólogos, profissionais da área de segurança pública e o público interessado no tema debateram, dia 30 de julho, em Brasília, as relações entre Segurança Pública e Construção de Subjetividades, em Seminário Temático que é evento preparatório da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg).

Participaram da mesa de abertura o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona, a conselheira do CFP responsável pela área, Cynthia Ciarallo e a coordenadora-geral da Conseg, Regina Miki.

“Hoje, o brasileiro colocou na pauta de seu dia segurança pública”, disse Regina Miki. A coordenadora-geral da Conseg chamou atenção para a “cultura do medo” gerada pela mídia. “A mídia traz uma insegurança maior do que os números da criminalidade”.

A mesa redonda Segurança Pública e Construção de Subjetividades reuniu o secretário municipal de Segurança Pública de São Bernardo do Campo (SP), Benedito Domingos Mariano; o presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro, Carlos Nicodemos; o diretor do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), Theodomiro Dias e o psicólogo e ex-presidente do CFP, Marcus Vinícius de Oliveira. Os trabalhos foram coordenados pela conselheira do CFP Cynthia Ciarallo.

Benedito Domingos Mariano fez, em sua fala, contextualização histórica da estruturação da polícia brasileira. Theodomiro Dias, em sua exposição, afirmou ser fundamental que o tema segurança pública seja debatido nas esferas públicas. Além disso, trouxe a diferenciação entre medo do crime e crime: “são fenômenos diferentes e, portanto, devem ser tratados de forma diferente. O medo do crime é decorrente de diversos fatores, além da realidade criminal em si”, explicou. Dias também comentou o papel dos psicólogos na análise da questão: “os psicólogos devem ser ponto de observação privilegiado na análise de problemas”.

Carlos Nicodemos ressaltou que a Conferência é um processo. “Não podemos achar que vamos sair ao final da Conferência com tudo resolvido, romper amarras históricas”. Nicodemos contribuiu com o debate trazendo o assunto segurança pública do ponto de vista de crianças e adolescentes. Marcus Vinícius de Oliveira sugeriu que a análise da demanda por segurança pública seja o primeiro ponto que a psicologia possa levar à Conferência.

Após a apresentação dos convidados, houve espaço para debate com o público. À tarde, os participantes puderam escolher uma das quatro oficinas, baseadas em eixos temáticos da Conferência, para aprofundar a discussão no tema. São elas: valorização profissional e otimização das condições de trabalho; prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz; diretrizes para o sistema penitenciário; diretrizes para o sistema de prevenção, atendimentos emergenciais e acidentes.

Os resultados do evento serão sistematizados em um caderno temático e servirão de subsídio para a realização da etapa nacional da 1ª Conseg, agendada para 27 a 30 de agosto de 2009.

Os usuários dos Serviços de Saúde Mental de todo o país, vítimas do abandono e da violência das instituições psiquiátricas, decidiram manifestar publicamente sua posição em defesa da Reforma Psiquiátrica brasileira e do Sistema Único de Saúde.

São eles os que podem melhor decidir qual destino, qual futuro desejam e sonham construir. São eles, os que hoje frequentam os Serviços Substitutivos, e que tem sua cidadania e inclusão social potencializada, os mais indicados a dizer em qual direção a Reforma Psiquiátrica, patrimônio ético e político da sociedade brasileira, deve seguir e avançar.

Deixe um comentário