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Serra tenta adiar o anúncio da candidatura porque tem medo do debate, diz Berzoini

Em debate promovido pela Rede Brasil Atual nesta sexta, em São Paulo, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) analisou a resistência de José Serra (PSDB) em oficializar sua candidatura à Presidência da República: “O Serra adia o anúncio porque ele sabe que na hora que anunciar, vai ter de debater propostas e projetos. E eles estão sem discurso, eles sabem que nosso projeto é melhor e mais bem aceito pela população”, disse o ainda presidente do PT – que repassa o comando do partido a José Eduardo Dutra durante o congresso, que começa dia 18 de fevereiro.

Para Berzoini, Serra claramente quer restringir a disputa eleitoral para o período mais próximo possível do pleito e, assim, reduzir a disputa a “um debate sobre pessoas, não sobre projetos”.

O deputado lembrou que a duração do horário eleitoral na TV e no rádio no primeiro turno dura apenas 45 dias. “É muito pouco tempo, um passo em falso pode atrapalhar uma candidatura e depois é difícil refazer o estrago”. Na opinião dele, é nisso que o governador de São Paulo aposta.

Berzoini também adiantou qual deve ser o carro-chefe da campanha eleitoral da até agora pré-candidata Dilma Rousseff: educação pública. “Vamos mostrar que através da política vamos acabar com a má qualidade do ensino, e o caso de São Paulo é emblemático”. O deputado, que participa da elaboração do programa de governo de Dilma, informou que está propondo que a defesa de uma nova educação pública, do ensino fundamental ao superior, abra o programa.

O debate desta sexta, chamado informalmente de Cartas na Mesa – por acontecer na sala de carteado da Associação dos Bancários Aposentados, ligada ao Sindicato da categoria em São Paulo – faz parte de um ciclo que vem sendo construído pela Rede Brasil Atual, que é composta pela “Revista do Brasil”, pelo programa de rádio “Brasil Atual” e pelo portal redebrasilatual.com.br. O ciclo, dirigido a jornalistas da imprensa sindical, teve como primeiro convidado, ano passado, o presidente da CUT Artur Henrique.

José Lopez Feijóo, vice-presidente da CUT, falou em nome da Central. Disse acreditar que as eleições deste ano serão marcadas pelo aumento da criminalização dos movimentos sociais, incluindo a CUT. “Sabem por quê?”, questionou. “Porque somos nós a base social que tem sustentado os 30 anos de mudanças representados pela história da CUT, do PT e todas nossas conquistas”, afirmou. Feijóo também lembrou que, embora a grande mídia tenha perdido influência, não se deve menosprezá-la. “Eles ainda podem provocar estragos”.

A mediadora do debate, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, lembrou da necessidade de a esquerda continuar seus esforços de construir instrumentos de comunicação para disputar a hegemonia na sociedade. “Faremos isso com ousadia e também com responsabilidade política, a exemplo de como ajudamos a consolidar a Conferência Nacional de Comunicação”, disse. A Conferência, que esteve ameaçada de não acontecer por abandono dos empresários, teve garantida sua realização em grande parte pela maturidade política demonstrada pela CUT, que soube dialogar e construir consensos.

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