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Sindsaúde SP realiza seu 11º Congresso de 17 a 21 de agosto

Com o tema “O SUS que temos, o SUS que queremos / O Sindicato que temos, o Sindicato que queremos”, o Sindsaúde SP reúne cerca de 350 delegados

Com o tema “O SUS que temos, o SUS que queremos / O Sindicato que temos, o Sindicato que queremos”, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo – SINDSAÚDE SP realiza seu 11º Congresso de 17 a 21 de agosto, no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro (SP). O  Sindicato propôs aos trabalhadores da Saúde Pública no estado de São Paulo o desafio de analisar criticamente o SUS e o Sindicato nas etapas locais e regionais do Congresso que aconteceram de fevereiro a julho nas diversas unidades de saúde estaduais. O Congresso deve reunir cerca de 350 delegados.

A abertura oficial do 11º Congresso do SindSaúde SP aconteceu na segunda-feira, 17/08, e foi transmitida pelo site do sindicato. A direção do SindSaúde SP do triênio 2013/2015 foi chamada ao palco,  já que são os responsáveis pela realização do 11º Congresso. Várias lideranças sindicais e políticas foram chamadas para compor a mesa e apresentar a todos suas opiniões sobre as conjunturas municipal, estadual e federal.

No segundo dia do 11º Congresso, 18/08, foi realizada pela manhã a primeira mesa com o tema “Desafios aos trabalhadores do SUS e o papel da mídia”. Paulo Henrique Amorim – jornalista, blogueiro (Conversa Afiada), e Quintino Severo – secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, trouxeram análises e opiniões para serem aprofundadas durante os debates. Também participaram da mesa Gervásio Foganholi, presidente do Sindsaúde SP, e Cidinha, Secretária Geral.

Na segunda mesa do dia foi discutido ” O papel do Legislativo na construção do SUS público e de qualidade no Estado de São Paulo”. Compuseram a mesa o deputado e líder do PSOL, Raul Marcelo, e Luiz Claudio Marcolino. Os debatedores discutiram sobre alternativas de luta contra o regime tucano em São Paulo e sobre a tolerância às divergências de opiniões e ações. Gervásio e Cidinha participaram da mesa organizando as falas e contribuindo com os debates.

Os palestrantes do terceiro dia do Congresso foram Jorge Kayano (médico sanitarista e membro do Instituto Poli) e Antonio Neto (presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB). O tema abordado foi o “SUS que temos e queremos, desafios do financiamento, gestão e controle social”. Participaram da mesa os diretores do SindSaúde SP Maia (secretário de finanças) e Cleonice (vice-presidente).

Tendo como tema “Saúde do trabalhador da saúde: enfrentar o assédio moral e o desgaste físico e psíquico no trabalho”, os debatedores José Roberto Heloani (psicólogo e advogado) e Vera Lúcia Salermo (médica do trabalho) levantaram várias questões que ajudaram os delegados a tirarem várias dúvidas sobre o assunto. Compuseram a mesa os diretores do SindSaúde SP Emerson (secretário de Organização) e Roseli (secretária da Saúde do Trabalhador)

Logo pela manhã desta quinta-feira, dia 20 de agosto, os delegados compareceram ao Plenário para a abertura do 4º dia. O dia está destinado aos 10 grupos, que discutirão, aprovarão ou rejeitarão as propostas que foram discutidas nas etapas locais e regional. Estas propostas, quando terminadas as discussões e incorporadas ao caderno de resoluções do 11º Congresso, serão o guia básico que norteará as ações do Sindicato durante os próximos 3 anos.

Texto de apresentação do caderno do 11º Congresso

“Ao contrário do que o sistema político atual nos faz crer, a política está aí para valorizar o diálogo, a reflexão, o pensamento e a construção de propostas que tenham por objetivo o desenho de um projeto comum, quer seja de uma classe, de uma sociedade ou dos homens e mulheres espalhados pelo mundo…

Contudo, a política, na atualidade, parece mais retratar um espaço de guerra entre os homens, marcado por disputas em torno de interesses pessoais, de grupos ou de segmentos sociais, sem qualquer tipo de lastro no diálogo e, na maioria dos casos, na falta mesmo do objetivo da política: a construção efetiva de um projeto político que faça dignificar a condição humana de todos e todas que habitam e constroem diariamente esse mundo por meio do trabalho…

A política nasce, se alimenta e se mantém viva graças às diferenças, e não às equivocadas ações que tentam unificar pensamentos, comportamentos e atitudes. E por que a política nasce daí? Porque a essência da política é o poder. E quanto mais nos afastamos dela, mais deformamos o poder político democrático, isto é, menor é o poder nas mãos de todos (as), e maior é a concentração do poder nas mãos de poucos (a tal da cúpula ou aristocracia). Daí, podemos afirmar que, quanto menor o poder, maior é a corrupção do mesmo. Isto é, quanto mais o poder depende da força e não do diálogo, mais ele é corrompido, e mais as pessoas dependem daqueles que comandam as estruturas de poder…

É para revermos e atualizarmos nossas reflexões, críticas e projetos políticos que o SINDSAÚDE SP propôs a toda a categoria dos trabalhadores da Saúde Pública no estado de São Paulo um desafio: analisar criticamente o SUS e o próprio SINDICATO, por meio do tema: O SUS QUE TEMOS E QUEREMOS E O SINDICATO QUE TEMOS E QUEREMOS.

A metodologia proposta desde as Etapas Locais (fevereiro a abril de 2015), passando pelas Etapas Regionais (maio a julho de 2015) até esta Etapa, a Estadual, teve como objetivo favorecer a ampliação dos espaços públicos de diálogo em torno de dois temas tão caros às nossas vidas: o nosso trabalho e a defesa dos nossos direitos, da nossa saúde e da saúde do povo brasileiro.

Esse Caderno das Propostas das Etapas Locais e Regionais tem por objetivo não só o de apresentar os resultados dos debates destas etapas, mas, de continuar a estimular – e a provocar –  corações e mentes dos(as) trabalhadores(as) públicos da saúde a assumir o desafio de construir um SUS efetivamente público e democrático, e à altura, não apenas das necessidades do povo brasileiro, mas da sua dignidade.

O SUS é do povo brasileiro e para ele foi feito, porque foi ele quem o construiu em suas diversas formas e ações, e é quem o sustenta financeira e politicamente. O SUS deve dignificar a luta de homens e mulheres de nosso país, oferecendo o que há de melhor, quer seja no campo cientifico, no do conhecimento e da sabedoria popular, na área da tecnologia e da prevenção, quer seja, e, sobretudo, na luta diária dos trabalhadores do SUS, em particular no estado de SP, preocupados em oferecer um atendimento cada vez mais humanizado e ético à toda a população independente de cor/raça, gênero, faixa etária, classe social, orientação sexual etc.

Contudo, para que os trabalhadores possam manter com qualidade o seu trabalho, é necessário que os seus direitos sejam garantidos e ampliados, bem como recebam um salário digno e justo. Neste sentido, o Sindicato tem um papel fundamental de organizar, mobilizar, negociar e lutar junto com os trabalhadores. Por isso é fundamental que sempre atualizemos a discussão sobre que Sindicato queremos para estar à altura dos ataques que vimos sofrendo nestes últimos 20 anos de governos estaduais que privatizam o SUS.

Além das Propostas das referidas Etapas, que foram organizadas dentro dos dois eixos principais, e, em conformidade com as atas que vieram das Etapas Regionais, temos contribuições de palestrantes e convidados que nos presentearam com textos/artigos produzidos por eles (as), a quem agradecemos de todo coração com a certeza de que, além da sua presença física nas mesas de debate, os textos estimularão as reflexões e as decisões nos grupos.

Temos aí, portanto, o conjunto de todas as propostas que foram aprovadas e que foram reorganizadas em subtemas para facilitar os debates nos grupos de trabalho e na plenária final.

Como dizia Hannah Arendt: a construção do futuro se dá mediante o olhar atento daqueles que, no presente, olham o passado com sabedoria. Bom Congresso a todos e todas! Boas reflexões! Boas decisões!”

Secretaria de Formação Sindical do SINDSAÚDE-SP

Agosto de 2015

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