É com imenso pesar que o SinPsi informa o falecimento do ex-diretor Marcos Aurélio Colen Leite, na madrugada desta segunda-feira, 31 de julho, por acidente de carro, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo.
Psicólogo, Colen foi militante aguerrido da Luta Antimanicomial, tendo participado, em 1987, da assinatura da Carta de Bauru, documento editado a partir do II Congresso Nacional dos Trabalhadoras/es em Saúde Mental. O evento foi um marco histórico na militância, por ter produzido a carta e cunhado o termo “Luta Antimanicomial”.
De semblante doce, com a fala calma e pausada, Marcos Colen escondia por trás de um sorriso fácil o histórico trágico da família, vítima da ditadura militar. O irmão mais velho, Eduardo Colen Leite, conhecido como Bacuri, foi um dos mais ativos militantes contra o regime e um dos mais torturados pelos militares. Faleceu em 8 de dezembro de 1970, após 109 dias de tortura extrema. Hoje Bacuri é o nome de um Centro de Convivência Comunitária da Saúde Mental (CECCO), na Pompeia, bairro da zona oeste paulistana.
Dirigente sindical por dois mandatos no SinPsi, Marcos Colen era presença certa em ações pelos Direitos Humanos e pela Saúde Mental, como as Conferências de Saúde Mental do Controle Social e o Congresso de Fundação da Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME), em 2007. Também foi coordenador da Câmara Técnica de Saúde Mental SP e Conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP).
Marcos Colen tinha 60 anos e, nos últimos três, trabalhou no primeiro CAPS II de Franco da Rocha, na grande São Paulo. Era a realização de um sonho ver o serviço naquela cidade, que cresceu às voltas de um dos maiores hospitais psiquiátricos do Brasil, o Juquery.
O corpo está sendo velado no Velório Municipal de Vinhedo (Av. das Saudades, s/n, Jardim Alves Nogueira). O sepultamento será amanhã, às 10h, no Cemitério Municipal de Vinhedo, bem ao lado do local do velório.