A residência ‘Terra Nova’, na Bela Vista, terá alimentação, assistência social, psicológica e jurídica, atividades de convivência e de orientação profissional
São Paulo inaugurou, dia 2 de outubro, seu primeiro centro temporário de refugiados, com capacidade para atender a 50 pessoas. O projeto foi acelerado por conta da falta de abrigos que começou a surgir em abril deste ano, com a chegada de dezenas de haitianos à cidade de São Paulo.
“Este é o primeiro centro de refugiados administrado pelo estado de São Paulo, já que, até o momento, a tarefa de amparo era feita unicamente por entidades sociais”, disse à Agência Efe o secretário de Desenvolvimento Social do governo do estado de São Paulo, Rogerio Hamam.
A residência “Terra Nova”, localizada no bairro de Bela Vista, começará a funcionar na próxima segunda-feira e, segundo Hamam, oferecerá alimentação, assistência social, psicológica e jurídica, atividades de convivência e de orientação profissional.
O centro de amparo também contará com um escritório de idiomas e com um de ajuda para promover uma “inclusão produtiva” e dará prioridade às famílias que tenham filhos com menos de 18 anos. Os usuários do centro “Terra Nova” poderão se integrar aos planos de proteção a testemunhas, como o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte de São Paulo (PPCAAM/SP).
O local receberá pessoas que tenham sido previamente remetidas pelos serviços sociais do município. Segundo o secretário, dois funcionários do abrigo são imigrantes do Benin, na África, residentes em São Paulo.
Haman atribuiu a inauguração da casa à crescente demanda de pessoas que buscam abrigo, que aumentou quase oito vezes. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), no Brasil 7.277 pessoas receberam o status de refugiados até agosto deste ano, mas o número de solicitantes superou cinco mil.
De acordo com a ONG Adus – Instituto de Reintegração do Refugiado, o Brasil recebeu cerca 12 mil pedidos de asilo em 2014. Ainda segundo a instituição, as solicitações passaram de 650 em 2011 para 5.600 em 2013.
Para a entidade, os motivos que atraem tantos refugiados ao Brasil – a maioria deles do Haiti, Bangladesh, Síria e Congo – são a política de refúgio mais permissiva que outros países latino-americanos, a visão de um gigante emergente onde “há um grande possibilidade para encontrar trabalho” e grandes eventos esportivos.