Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ocupante do Palácio do Planalto elogia a maioria dos candidatos e só ataca Ciro Gomes
Embora o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles seja o candidato oficial do MDB, partido que ocupa o Palácio do Planalto neste momento, o representante do governo Michel Temer na corrida presidencial, tudo indica, é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Foi o que deu a entender Temer em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Sobre o motivo de os partidos da base apoiarem o tucano e não o ex-ministro, Temer respondeu: “Se você dissesse: ‘quem o governo apoia?’ Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele”.
O emedebista acrescentou que Meirelles, de qualquer maneira, será obrigado a defender o governo durante a campanha. Nos primeiros debates, entrevistas e declarações públicas, o ex-ministro esforça-se em relembrar o público de sua passagem como presidente do Banco Central no governo Lula e se esquiva de citar a participação na administração atual. Fala dos milhões de empregos criados durante os governos petistas e nada sobre a destruição de postos de trabalho provocada pela crise que o atual governo alimentou.
Temer, em geral, elogiou os candidatos no páreo. Seu único alvo foi Ciro Gomes, do PDT: “Foi sabedoria da base (não apoia-lo). As pessoas veem esse cidadão… Como é o nome? Ciro Gomes, Ciro Gomes… Veem esse cidadão dizendo barbaridades sobre o governo e no plano pessoal. Eles mesmo raciocinaram e disseram: “Não podemos ir com alguém que vai destruir o que fizemos”.
Sobre o inquérito dos portos, que investiga propinas pagas a ele e seu grupo, o emedebista disse não ter “nenhuma” preocupação com o futuro, a chance de ser preso quando deixar o Palácio do Planalto em janeiro de 2019. “Se eu não tivesse força pessoal e espiritual suficiente, teria sucumbido”, declarou.