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Violência contra a mulher: Relações de gênero têm que ser tratadas na escola

CUT São Paulo participa dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero

As escolas também têm papel fundamental no enfrentamento à violência contra a mulher e é preciso construir um currículo que aborde as relações de gênero como questão cotidiana. A avaliação é de Sônia Auxiliadora, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SP, que comentou o engajamento da Central no Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, nesta terça, 25 de novembro, e nos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero, que seguem até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A dirigente defende um amplo trabalho de formação e conscientização com os professores (as) e observa que muitas creches e escolas, principalmente no ensino infantil, ainda promovem a diferenciação sexual e enfatizam muito “o que é de menino e o que é de menina. É preciso o papel de pai e por isso menino também tem que brincar de boneca. Temos que rediscutir isso, cultural e socialmente, e incentivar o compartilhamento das tarefas domésticas”.

A secretária cutista afirma que a campanha dos 16 Dias de Ativismo é importante porque suscita o debate sobre a violência na sociedade, mas ressalta que a luta é pauta permanente na CUT, já que os estudos revelam, anualmente, a gravidade da situação – mais de 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil entre as décadas entre 1980 e 2010, sendo mais de 53% mortas por armas de fogo e 26% por objetos perfurantes ou cortantes, segundo dados do Mapa da Violência

Políticas públicas e autonomia das mulheres

Num balanço das ações de combate à violência no último período, Sônia destaca o aumento dos investimentos em políticas públicas, especialmente para promoção da autonomia feminina. “O combate à violência também passa pela questão econômica, para que a mulher se emancipe e possa sair da situação de violência com apoio de outros serviços”.

Os aportes para a área têm sido feitos pelo governo federal e com repasses à implementação de programas e projetos nos municípios de todo o país, mas, em relação à gestão estadual paulista, o descaso permanece.

“É uma lástima, pois o governo estadual do PSDB não investe no combate, nem em políticas públicas ou no atendimento às vítimas. As delegacias de mulheres continuam sucateadas e fechadas nos finais de semana, período onde há maior número de ocorrências”, critica

A dirigente alerta, ainda, para o ideário impregnado na sociedade – de que elas são criadas para a submissão do poder masculino – e para os perigos do machismo no mundo virtual.

“É a situação do machismo patriarcal, na qual o homem comanda, mas, com maior autonomia, as mulheres não têm aceitado a violência física ou psicológica. Aí vemos nas redes sociais os preconceitos e ódios escondidos expressos de forma mais livre e esses conceitos precisam ser combatidos”.

Denuncie

O Ligue 180 (ligação gratuita), criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) em 2005, é um canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país.

Desde março, o Ligue 180 se transformou em disque-denúncia, com capacidade de acionamento imediato da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na internet, saiba mais sobre a rede de atendimento à mulher clicando aqui.

Histórico

O 25 de novembro foi definido como Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher em 1991, após a realização do I Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, realizado em Bogotá, na Colômbia.

A data presta homenagem às irmãs Mirabal – Pátria, Minerva e Maria Teresa -, ativistas políticas brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960 por enfrentar a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana.

Trujillo começou sua ditadura em 1939 e a morte das irmãs, conhecidas como Las Mariposas, comoveu toda a nação dominicana, levando ao assassinato do governante em maio de 1961.

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