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2ª Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro será nesta sexta (22) em São Paulo

Movimentos sociais se unem para denunciar violência que vitima população negra

Diferentes organizações populares e movimento negro promovem nesta sexta-feira (22) a 2ª Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro. A atividade inicia às 17h30, no vão livre no Masp, na Avenida Paulista, com ato político.

A atividade ocorrerá em todas as capitais do Brasil. Em São Paulo, após o ato de abertura, os militantes farão passeata, a partir das 19h, até o Teatro Municipal, onde nasceu o Movimento Negro Unificado (MNU), há 36 anos, para denunciar a violência racial que a população estava submetida e o silêncio imposto pela ditadura militar.

Segundo a jovem negra Beatriz Lourenço, do Levante Popular da Juventude, os movimentos sairão às ruas para denunciar a violência no estado de São Paulo. “Protestamos contra o número de jovens assassinados pela Polícia Militar, a falta de acesso à saúde pública para o povo negro, a ausência de políticas públicas e o encarceramento irrestrito em massa”. 

Para Beatriz, o genocídio não se dá apenas pelo aparato militar. “O jovem que morre pelas mãos da PM é o mesmo que não consegue ocupar as universidades públicas. Partimos da questão do genocídio para discutir o racismo brasileiro como um todo, por exemplo, com a falta cotas raciais em universidades públicas paulistas”, ressalta. 

Estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostra que as principais vítimas da violência policial no estado de São Paulo são negros/as (61%) e jovens (57%). A juventude morta tinha até 24 anos. 

Para a secretária estadual de Combate ao Racismo da CUT São Paulo, Rosane Aparecida, o estado deve ser responsabilizado pelas mortes de jovens negros. “Geraldo Alckmin [governador de SP] é o principal culpado pelas mortes da juventude negra e pela omissão desse genocídio em São Paulo. Isso tem a ver com uma política de gestão. Sabemos que não há políticas públicas específicas para a nossa população e o governo, ainda, não criou sequer formação adequada para a PM. O racismo está em todo o lugar quando, por exemplo, a polícia vê o jovem negro de boné e calça larga, cabelo black e já o considera culpado”, conclui. 

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