Neste 23 de junho comemora-se o Dia dos Serviços Públicos, data criada pela ONU para destacar a importância do Estado e de seus servidores no desenvolvimento dos países e cuidados com as populações. A crise pandêmica que se abate sobre todos os países, e em especial o Brasil, demonstra a necessidade de se ter serviços públicos, como o de saúde, atuantes, com profissionais competentes e com verba garantida para seu funcionamento.
Nesta data, a Internacional de Serviços Públicos (ISP), entidade da qual o SinPsi é filiado, lançou uma nota destacando a urgência e importância dos serviços públicos. “À luz da pandemia, os serviços públicos têm demonstrado se mais essenciais do que nunca. Muitos antigos mitos, cuidadosamente estabelecidos e promovidos estão se desmoronando: mito de que os serviços públicos podem ser privatizados sem risco; que não se pode aumentar os gastos com programas sociais; que o setor privado é sempre melhor”, afirma a matéria, publicada originalmente em língua espanhola (clique aqui para conferir a íntegra).
Organização Social do Cuidado
É fundamental aproveitar esse 23 de junho para refletir e divulgar sobre a organização social do cuidado, movimento mundial que ganha força à medida em que fica cada vez mais evidente a falência de políticas neoliberais e privatistas.
Recentemente, centenas de organizações subscreveram o Manifesto pela Organização Social do Cuidado, chamando a atenção para as seguintes reivindicações:
- Reconhecer o valor social e econômico do trabalho de cuidado (remunerado e não remunerado) e o direito humano ao cuidado.
- Recompensar e remunerar trabalho de cuidado com salário igual para trabalho de igual valor, aposentadorias, condições de trabalho decentes e proteção social abrangente.
- Reduzir o fardo do trabalho não remunerado das mulheres.
- Redistribuir o trabalho de cuidado dentro das famílias, entre todos os trabalhadores, eliminando a divisão sexual do trabalho entre as famílias e o Estado.
- Recuperar o caráter público dos serviços de cuidado e restaurar o dever e a responsabilidade primária do Estado de prestar serviços públicos de cuidado e desenvolver sistemas de cuidado que transformem as relações de gênero e a vida das mulheres, inclusive aumento a capacidade de investimento do Estado através de uma tributação justa e progressiva, garantindo a igualdade de direitos fiscais em nível internacional para os Estados.
Recentemente, o Chile deu mostras de que esse caminho é possível, inserindo em sua nova Constituição o “cuidado” como um direito essencial ao ser humano.
Assista no vídeo abaixo, produzido pela ISP, um resumo da luta do povo chileno pela nova Constituição.