Fonte: Rede Brasil Atual
As centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CSB, CTB, Nova Central, Conlutas, Intersindical e Pública aprovaram nesta quinta-feira (7), durante a Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), a Pauta Unificada da Classe Trabalhadora para as eleições de 2022. Trata-se de um documento com medidas emergenciais e estruturais para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários, fortalecer a representação sindical, além de promover a democracia e a vida. A proposta será entregue a todos os candidatos à presidência da República que participarão da disputa eleitoral em outubro.
De acordo com as lideranças sindicais, a prioridade da classe trabalhadora é derrotar o governo Bolsonaro. Isso porque a atual política econômica condenou a maioria da população ao desemprego, à fome e à miséria. Além disso, eles também defenderam como essencial a revogação das reformas trabalhista e da Previdência, bem como o fim do teto de gastos.
“O que nos une é a consciência de que o momento que o Brasil vive é muito, muito grave”, afirmou o o presidente da CUT, Sérgio Nobre. Além de derrotar o fascismo, é preciso recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, segundo ele. Nesse sentido, afirmou que, para “recuperar os direitos perdidos” e fazer o país “voltar a crescer”, a luta dos trabalhadores será essencial.
Instrumento de luta
“O povo está desempregado, passando fome, perdendo a esperança no futuro”, destacou Nobre. Assim, ele afirmou que a pauta unificada será um instrumento de luta, de reivindicação e organização da classe trabalhadora. “O caminho é lutar. O Brasil está aonde está por causa do ódio, da indiferença, pelo endeusamento do individualismo. Não tem saída se não for o contrário, através da solidariedade, do companheirismo e da luta”, afirmou.
Nobre lembrou, ainda, que 40% da classe trabalhadora não têm proteção, em especial os trabalhadores de aplicativos. Dessa forma, ele anunciou que as centrais se reunirão, na próxima semana, com a associação que congrega os principais empregadores desse segmento, como o iFood e Uber. A intenção é criar uma mesa de negociação com o objetivo de ampliar a proteção social da categoria.
Desse modo, os trabalhadores defendem o fortalecimento do orçamento público, a partir de uma estrutura tributária mais justa. “Não é possível continuar com um Estado que tira daqueles que tem pouco para favorecer os que se dedicam a viver exclusivamente do sistema financeiro. Precisamos imediatamente transformar a tributação, taxando as grandes fortunas, os lucros e dividendos”, acrescentou Gozze.
Por fim, os representantes sindicais ressaltaram a necessidade de fortalecer a representação dos trabalhadores no Congresso Nacional. Mas a mudança mais importante, de acordo com o presidente da UGT, Ricardo Patah, é “tirar Bolsonaro”. “Esse é o maior objetivo da Conclat, pois, resolvendo isso, o Brasil vai ser dos brasileiros”, ressaltou.
A primeira edição da Conclat foi em 1981, em Praia Grande (SP), ainda durante a ditadura. Em 2010, parte das centrais organizou uma reedição no estádio do Pacaembu, em São Paulo, então com o mesmo objetivo de hoje. No 1º de Maio, o movimento sindical também terá manifestação unificada.