Em destaque, Notícias

Visibilidade lésbica e feminismo

Por Priscila Takatsu

No dia 29 de agosto é celebrado o Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil, data que tem o objetivo de trazer à tona a luta por visibilidade da mulher lésbica, suas pautas e reivindicações dentro do movimento. O dia foi escolhido por marcar a realização do primeiro Seminário Nacional de Lésbicas no país, em 1996. O evento foi organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (COLERJ) com o tema “Visibilidade, Saúde e Organização”, em que discutiram assuntos sobre sexualidade, prevenção de ISTs, trabalho e cidadania.

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. A frase mais famosa de Simone de Beauvoir introduz uma longa discussão sobre o que é ser mulher, o que é o gênero, o que é o sexo e quais caminhos da libertação feminina. As características associadas à mulher e à imagem feminina não derivam dos nossos destinos biológicos. Elas derivam da cultura patriarcal. E essa reflexão é importante porque é impossível falar de visibilidade lésbica sem discutir a opressão feminina. Lembre-se, no Brasil, o direito ao voto feminino foi conquistado há menos de 100 anos. As mulheres ocupam menos de 13% nos cargos na política e menos de 14% dos cargos executivos das 500 maiores empresas do país. A imagem de poder sempre foi masculina – e não apenas masculina, mas também branca, heterossexual, cisgênero e sem deficiência.

Segundo dados do primeiro Dossiê do Lesbocídio, realizado pelo Núcleo de Inclusão Social (NIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 126 mulheres foram mortas no Brasil entre 2014 e 2017 por serem lésbicas. Cerca de 55% dos casos acontecem com mulheres que não seguem o comportamento padrão de feminilidade socialmente imposto. 

Fazer reflexão de que o gênero é uma construção social patriarcal. Renunciamos a necessidade do poder do homem no âmbito pessoal, emocional, físico e econômico. Subvertemos o papel da mulher e da binaridade dos gêneros. Tal subversão, no entanto, gera uma ausência de identidade reconhecida socialmente. Lésbicas não cumprem o papel esperado da mulher nas instituições: a relação de dependência social com o homem, a maternidade compulsória, a família nuclear. Porém negar-se a ser uma mulher (e cumprir toda a construção social deste gênero), também não significa ter que ser um homem.

Fonte:

https://www.forumempresaslgbt.com

Related Posts