Desde o final do século 19, ou seja, há mais de 100 anos, movimentos feministas vêm ganhando força, se contraponto ao modo de produção do capitalismo, sua ideologia segregacionista e de gênero.
No Brasil, até 1932, as mulheres sequer podiam votar. E mesmo após 90 anos desta conquista, a representação na política ainda é minoritária, apesar de as mulheres comporem mais da metade da população do país.
No mundo do trabalho também é grande a diferença salarial entre homens e mulheres. Durante a década passada, até 2020, houve uma tendência de queda dessa diferença, mas ela voltou a se acentuar e atingiu 22% no final de 2022, segundo o IBGE.
Assédio moral e sexual ainda são, também, uma infeliz realidade no mundo do trabalho, que submete mulheres à humilhação e ameaças. Tais mazelas foram muito agravadas durante a pandemia (o SinPsi recebeu várias denúncias de assédio online durante atendimento) e potencializada pelo desgoverno que já foi.
Outra chaga do machismo de nossa sociedade, o feminicídio, também apresenta números alarmantes. Segundo o Monitor de Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022 houve um aumento de 5% nos casos de feminicídio comparado ao ano anterior: foram 1,4 mil mulheres mortas, uma a cada seis horas.
Reflexão da CUT
Em um artigo publicado neste 8 de março, a Central Única das/dos Trabalhadoras destaca: “Quando escapam da violência, do assédio e da falta de políticas públicas, as mulheres enfrentam o desemprego e o trabalho precarizado, que atingem em maior escala as trabalhadoras. É um problema mundial, como atesta estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgado na semana passada, no qual é revelado que 15% das mulheres em idade produtiva em todo o mundo gostariam de trabalhar, mas não têm emprego, em comparação com 10,5% dos homens.
No Brasil, enquanto a taxa de desemprego foi de 6,5% para os homens no trimestre encerrado em dezembro, houve um resultado de 9,8% para as mulheres, conforme Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). À mulher negra, essa situação é ainda pior.
As mulheres seguem sendo minoria na força de trabalho, mas maioria entre os desempregados, enfrentam maiores taxas de subocupação e de desalento, têm salário, em média, 21% a menor do que os dos homens para exercer a mesma função (Dieese/2023). Isso num contexto em que que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres: dos 75 milhões de lares, 50,8% (38,1 milhões de famílias) têm liderança feminina”.
O presidente Lula anunciou hoje, 8mar, um pacote de medidas voltado para as questões de gênero e proteção da mulher e igualdade salarial e de oportunidades. Lula criou o Ministério das Mulheres, que agrega várias secretarias, entre elas a de combate à violência, que tem à frente a companheira Denise Motta Dau, dirigente da ISP (Internacional de Serviços Públicos), entidade da qual o SinPsi é filiado.
A data de 8 de março é um símbolo para reflexão e luta, o “dia” das mulheres é cada um dos 365 do ano. Viva a luta das mulheres do Brasil.
Respeito, dignidade, igualdade.