A Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo respirou arte na noite desta segunda-feira (7).
Dirigentes sindicais, políticos, artistas e representantes da classe trabalhadora ocuparam o saguão da Central localizado na região do Brás para uma agradável noite com apresentações artísticas, para acompanhar o lançamento do Coletivo de Cultura da CUT Estadual e do Centro de Documentação e Memória.
A poetisa performática, Roselaine Cruz, recebeu os convidados com música instrumental, que atentos não perdiam qualquer movimento da artista e se deleitavam com a linda melodia emitida por Roselaine.
Quem comandou a noite foi o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, que ressaltou a importância da iniciativa. “Esse Coletivo terá como objetivo realizar inclusão social utilizando a cultura como mecanismo de transformação social”.
Adi aproveitou para anunciar a criação do Centro de Documentação e Memória que socializará informações que contam a história da CUT a partir de janeiro de 2010.
A coordenação do Coletivo estava representada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Benedito Augusto de Oliveira (Benão), e pela vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo, Darlene Afonso. Benão que é escritor e diretor teatral adiantou que a função do Coletivo será o de organizar debates, encontros, fóruns, saraus, conferências, mostras, oficinas de capacitação e festivais, e assim participar dos debates culturais no país. “Não podemos ficar de braços cruzados e absorver os enlatados e lixos culturais que são oferecidos pela grande mídia. O governo Lula avança com incentivos a cultura e a maior Central Sindical do país não pode ficar de fora”.
O presidente do PT/SP, Edinho Silva, fez parte da mesa de trabalho e afirmou que a CUT demonstra sua responsabilidade com a sociedade. “O papel dos movimentos sociais é pautar o governo, e a CUT sabe de sua responsabilidade, com esse coletivo a Central poderá brigar por mais orçamento para investimento em cultura e políticas públicas”.
O ator, militante e ex- Secretário de Cultura de São Paulo e São Bernardo do Campo, Celso Frateschi, se colocou à disposição para ajudar o coletivo. Ele lembrou que os trabalhadores do Brás se reuniam nos círculos de operários para apresentar peças e discutir cultura. “Precisamos de mais espaço para desenvolver e resgatar nossos valores e com a criação desse coletivo fica demonstrado que movimento sindical reivindica não só direitos do estômago mais também do espírito”.
Para contemplar a noite Celso Frateschi deu uma aula de interpretação. Mesmo sem palco, cortina e cenário o ator reviveu Horácio, um guerreiro romano que se vê julgado pelo seu povo por duas atitudes controversas, a consagração por se tornar herói de guerra e a punição pelo assassinato de sem motivo de sua irmã.
Após o monólogo foi oferecido um coquetel ao som de músicas que fazem referência ao período da ditadura militar interpretado pelo músico e apresentador Ernesto Guevara.