Estela Franzin e Marcela Millano
Hoje é comemorado o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, instituído pela Lei 11.696 de 2008, em homenagem ao herói indígena Sepé Tiaraju, que liderou 1500 guaranis contra a desocupação dos Sete Povos das Missões e foi morto na batalha de Caiboaté em 07 de Fevereiro de 1756 e pronunciou sua conhecida frase: “Esta terra tem dono!”.
Entendemos que a história de Sepé deve ser relembrada para que possamos aprender e entender a história que produzimos hoje. O líder lutou contra Espanhóis e Portugueses, contra a ruptura do acordo com os colonizadores tinham com Guaranis, em razão do antigo Tratado de Tordesilhas, explicitando que ambos os países não cumprem acordos.
Ainda hoje a índole dos países imperialistas faz com que os acordos propostos por eles não valem. Expropriam as terras indígenas, profanam seu solo sagrado , matam suas lideranças e cultura. Segundo a FUNASA1 entre os anos 2000 e 2008 cerca de 410 índios da etnia Guarani/Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, se suicidaram em meio à disputa jurídica por suas terras. O INA (Indigenistas Associados) denunciou os riscos na contratação de um missionário, leia-se religioso evangélico, com o projeto de “plantar uma igreja em cada etnia”, para coordenar as políticas e ações de proteção dos povos indígenas isolados e de recente contato, contrariando a Constituição Federal (outro acordo quebrado). Soma-se a toda essa tragédia o fato de que em 2019 várias etnias foram atacadas por mineradores e ruralistas.
O povo de Sepé continua em guerra contra os colonizadores. As lideranças indígenas Caiapós2: Raoni e Megaron junto com o líder Yanomami Kopenawa e a deputada Joênia Wapichana lutam nesta guerra, distribuindo sabedora. Recentemente estiveram em Oxford para pedir o fim da mineração em terras indígenas; demarcação de territórios; retirar os garimpeiros das terras yanomamis. O povo indígena está em luta e pede respeito!
Dentro da cidade de São Paulo
também há Povos Indígenas em resistência pela sua terra. A TI do Jaraguá, por
exemplo, está numa luta contra a construção de um condomínio de luxo ao lado da
terra e impedindo o desmatamento de diversas árvores.
O SinPsi é solidário à luta de todos os povos indígenas do país.
1 Grubits, Freire e Noriega. Suicídios de Jovens Guarani/Kaiowá de Mato Grosso do Sul, Brasil. rev. Psicologia: Ciência e Profissão. Prof. Vol.31 nº3.Brasilia 2011
2 http://emdefesadosterritorios.org/em-oxford-liderancas-indigenas-clamam-por-apoio-internacional/