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Nota de falecimento: Antonio Lancetti, psicanalista referência na Reforma Psiquiátrica e na política de redução de danos

É com profundo pesar que o SinPsi comunica o falecimento de Antonio Lancetti, aos 67 anos, na noite desta quarta-feira, 14 de dezembro, no hospital Oswaldo Cruz, em decorrência de um câncer.

Psicanalista argentino exilado no Brasil desde 1979 e militante da luta antimanicomial e dos Direitos Humanos, Lancetti mergulhou na causa da saúde mental, liderando a intervenção que transformou Santos na primeira cidade brasileira sem manicômios.

Ex-consultor do Ministério da Saúde, Lancetti nos deixa em meio à luta pela manutenção do Programa De Braços Abertos, no qual foi idealizador e consultor. Nos últimos meses sua presença era certa em atos públicos em defesa do programa – como o ato que ocorreu no SinPsi em setembro (clique aqui para ler) e o que ocorreu em 29 de novembro no Teatro Tuca, da PUUC-SP (leia aqui).

Ele foi o primeiro personagem da série Psicanalistas que Falam, que aborda a psicanálise para além do divã, apresentando profissionais renomados em diferentes territórios – nas ruas, na política, nos espaços coletivos, nos movimentos sociais. No vídeo, Lancetti fala de suas origens, áreas de atuação, paixões, formação e questões. Clique aqui para ver.

Em sua trajetória, Lancetti participou das redes alternativas de psiquiatria e do plenário de trabalhadores de saúde mental de São Paulo. Analista institucional, participou da intervenção no Hospital Anchieta em Santos e foi secretário de ação comunitária na gestão de Davi Capistrano na mesma cidade.

Coordenador do projeto “Qualis” em São Paulo, foi fundador das primeiras equipes volantes de saúde mental, atuando junto ao Programa Saúde da Família (PSF). Consultor e um dos idealizadores do Programa Municipal de Braços Abertos de SP.

Sua significativa contribuição inclui também a direção da coleção SaúdeLoucura, hoje com 50 títulos, publicada pela editora Hucitec.

É autor de “Clínica Peripatética” e “Contrafissura e plasticidade psíquica”.

“Lamentamos a grande perda desse companheiro, mas ficam a gratidão e o respeito por todo o seu legado em defesa da luta antimanicomial, bem como a admiração pelo seu amor à liberdade e às pessoas. Seguimos, com seu exemplo na luta pela saúde mental”, disse Fernanda Magano, presidenta do SinPsi.

O velório ocorre a partir das 7h desta quinta-feita, dia 15, no Cemitério do Araçá, à Av. Dr Arnaldo 666, ao lado do metrô Sumaré. O sepultamento será às 13h.

Lancetti, presente!

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