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Centrais voltam às ruas nesta terça, com ‘arraial’ contra reformas

Atividades devem ser realizadas em todo o país. Em São Paulo, concentração será na Sé, no final da tarde. No Senado, projeto que altera legislação trabalhista deverá ser aprovado em comissão

 

As centrais sindicais voltam às ruas nesta terça-feira (20), em um dia nacional de mobilização contra as “reformas” trabalhista e da Previdência e contra a lei de terceirização irrestrita. O movimento é considerado um “esquenta” para o dia 30, data indicativa de greve geral que ainda pode mudar conforme a agenda do Congresso. Também amanhã, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado vota e deve aprovar o relatório sobre o projeto de lei sobre a legislação trabalhista (PLC 38), que em seguida irá para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), último passo antes do plenário da Casa.

Atividades estão sendo programadas para todo o país, começando logo cedo com manifestações em aeroportos para pressionar parlamentares. Na cidade de São Paulo, a partir das 6h haverá panfletagem em algumas estações do metrô, e concentração às 10h na Praça do Patriarca, na região central, seguida de caminhada. As centrais fazem ato político a partir das 17h na Praça da Sé, também no centro, organizando em seguida um “arraial” contra as reformas, com shows musicais e outras apresentações. 

Em Florianópolis, haverá ato às 16h30 diante da Catedral Metropolitana. Em Salvador, a programação inclui caminhadas pelas ruas do centro a partir das 15h, com concentração no bairro de Campo Grande. Estão previstas manifestações ainda em São Luís (Praça João Lisboa, às 16h) e Cuiabá (panfletagem pelo centro às 7h30). Porto Alegre terá mutirão às 5h no Aeroporto Internacional Salgado Filho e ato político às 17h30 no Largo Glênio Peres, centro da capital.

Todos os atos integram o que as centrais chamam de “Junho de Lutas”, mês de mobilização contra ameaça de perda de direitos, na sequência de manifestações realizadas em março (8, 15 e 31), abril (greve geral do dia 28) e maio (marcha a Brasília no dia 24).  “Um governo sem legitimidade e o Congresso envolvido em escândalos não têm nenhuma condição de dialogar com a classe trabalhadora, porque sabem que essa pauta de derrubada de direitos mínimos jamais seria aprovada pelo povo em eleições diretas”, afirma o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

Na quarta (21) à tarde, dirigentes das centrais sindicais vão se reunir em São Paulo para avaliar o movimento e preparar os próximos passos. Há um indicativo de greve geral para o próximo dia 30, mas a data ainda é avaliada e depende de decisões das categorias. No setor de transportes, por exemplo, os metroviários da capital paulista farão assembleia na quinta-feira (22) para discutir o assunto. Na tarde de hoje, várias categorias estão reunidas em plenária na sede do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, na região central.

No Senado, com maioria governista, a CAS deverá aprovar o “relatório” de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que a exemplo da Comissão de Assuntos Econômicos desconsiderou duas centenas de emendas e apenas “recomendou” vetos presidenciais. Paulo Paim (PT-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) apresentaram votos em separado. A reunião desta terça começa às 10h.

Na terça da semana passada (13), o presidente da UGT, Ricardo Patah, reuniu-se com Michel Temer – que viajou hoje para a Rússia – “para pleitear que os possíveis efeitos negativos da reforma trabalhista possam ser amenizados por meio de medida provisória”. Algumas centrais defendem a retirada dos projetos, incluindo o da Previdência. 

Congressos

A Nova Central realizará seu congresso de segunda a quarta da semana que vem (26 a 28), em Brasília. De 24 a 26 de agosto, será a vez da CTB organizar o quarto congresso, em Salvador. Na semana passada, a Força Sindical fez o oitavo congresso nacional.

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