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A política de João Doria para a Cracolândia deu tão errado que seu vice está retomando o plano anterior – em silêncio

O hotel New Luz funciona na Rua do Triunfo, na Luz, região central de São Paulo. Tem dois andares, sacadas pequenas e janelas de madeira. A pintura da fachada é recente. Para o lado de fora é possível ver as roupas dos moradores penduradas. Um aviso em papel alerta que o encaixe da porta de vidro está quebrado. No térreo, não há recepção ou balcão, apenas o começo de uma escada estreita.

O hotel é um dos poucos que restaram para o acolhimento da população da Cracolândia depois da gestão do tucano João Doria Jr. Quando assumiu a prefeitura, em 2017, Doria não perdeu tempo para cumprir uma de suas promessas de campanha: o desmonte da política De Braços Abertos, criada pela gestão petista de Fernando Haddad, que atendia os usuários de drogas da região pela perspectiva da “redução de danos”, ou seja oferecendo moradia, trabalho, renda e alimentação. Para ele, o programa era “uma ideia absolutamente fracassada” que fazia “aumentar o consumo de crack”.

Sob Doria, a população da Cracolândia foi dispersada com bombas e demolições em uma operação realizada em maio de 2017 – e se instalou a poucas quadras do local original. No bairro, o número de roubos aumentou. O Hotel do Zezinho virou New Luz. A gestão de Doria na região foi marcada pela violência e pelos nomes em inglês. Deu tão errado que o seu vice-prefeito, o também tucano Bruno Covas, que assumiu a prefeitura quando Doria se licenciou para concorrer ao governo do estado, está voltando atrás. Mais especificamente, retomando as políticas do antecessor: Haddad. Sem falar isso, é claro.

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