26.jul.2024 – Por Francinilda Souza Lima*
No dia 25 de julho se comemora o dia do motorista, e no dia 27, o do motociclista conhecido como motoboy, profissão regulamentada em 2009 pela lei 12009/2009, mas que pode ser modificada caso seja aprovado o Projeto de Lei 2508/2022, que tramita no Congresso.
Para ser motociclista é preciso ser habilitado na categoria por no mínimo dois anos e ter idade acima de 21 anos.
Os serviços de motoboys (entregadores) tiveram um exponencial aumento a partir de alguns fatores, os mais notórios a precarização geral do trabalho após a reforma trabalhista de 2017 (governo Temer), que fez aumentar a informalidade das relações trabalhistas e a pandemia de Covid-19.
No entanto, o aumento da circulação de motos pelas cidades não veio acompanhado de um trabalho de conscientização dos riscos inerentes que os motoristas lidam diariamente, envolvendo suas emoções e sentimentos nos aspectos psicológicos tais como: estresse causado pelo trânsito, cansaço devido às longas jornadas, pressão para aumentar as pífias remunerações das viagens, ansiedade, fadiga e, principalmente, os riscos de acidentes. Em 2022 foram registrados 24.642 acidentes envolvendo motos, o mais alto número entre os acidentes de trabalho registrados por categoria, superando a construção civil, conhecida como um dos ramos de maior risco no país.
Apenas na cidade de São Paulo, diariamente circulam cerca de 350 mil motos que fazem entregas (no país estima-se existir 1,5 milhão de pessoas trabalhando com esse tipo de transporte). Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, metade das mortes no trânsito de São Paulo são de motoboys.
Segundo relato de alguns desses profissionais, o trânsito do dia a dia em São Paulo, é bastante estressante deixando sequelas no bem-estar de qualquer condutor, principalmente para os motoboys considerado que quase todos trabalham com metas por dia.
Vale lembrar que existe motorista de aplicativos que também trabalham com metas igualmente aos motoboys, ou seja, a mão de obra precarizada.
Diante dessa realidade, a Psicologia do Trânsito exerce um papel fundamental para tentar equilibrar essa gangorra de sensações, ajudar a trabalhar com as ansiedades e estresses e alertar para o valor da vida, bem supremo de cada um.
No final, vamos homenagear a todos os condutores pelo o dia do motorista, este profissional que está todos os dias na vida da Psicologia do Trânsito.
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*Francinilda Souza Lima é psicóloga e diretora do SinPsi-SP
1-REf. Internet livre.
2-Motivação para a Escolha da Motocicleta : uma análise sob a perspectiva de motociclista acidentados. Fabio de Jesus Santos, Silvia R.Paes,Josué L.S.Gomes e Rosane L.de S. Morais.