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Agentes da Segurança Pública de São Paulo provocam mortes

Nos primeiros dois meses de 2017, com base em dados do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), as mortes provocadas pela Polícia Militar superaram o índice de homicídios em São Paulo, foram 60 casos decorrentes de intervenção policial (anteriormente registrados como “resistência seguida de morte”) contra 50 homicídios civis na capital. No primeiro semestre deste ano, as ações policiais do estado de São Paulo mataram 459 pessoas, o maior número dos últimos 14 anos, segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). No Brasil, ao menos nove pessoas morrem por dia em decorrência de intervenção militar, segundo dados do 10º Anuário de Segurança Pública.

Recentemente, dois casos ocorridos na capital refletem uma violenta realidade. No fim de junho, durante uma ação da Rota na comunidade do Moinho, no centro de São Paulo, Leandro de Souza Santos, 18 anos, foi morto com cinco tiros e testemunhas ouvidas no inquérito pela Corregedoria da PM disseram que o corpo do jovem ficou com vários hematomas e escoriações no rosto, joelho e pulsos, além de dentes quebrados.

No dia 12 de julho, o catador Ricardo Oliveira, de 29 anos, foi morto com dois tiros à queima roupa na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O crime foi presenciado por diversas pessoas e a missa de sétimo dia se tornou um ato de repúdio à violência, com a presença de centenas de pessoas que se reuniram na Catedral da Sé, no centro da capital.

O CRP SP vem apresentar seu repúdio a essas ações genocidas da policia militar. Os fatos noticiados demonstram a urgente necessidade de medidas para conter a fúria e despreparo de representantes do braço armado do Estado que executam pessoas por eles julgadas como descartáveis, atuando de forma seletiva e buscando realizar uma espécie de faxina urbana e criminosa.Não podemos nos calar diante da insistência dessas práticas que fomentam mais conflitos e em nada colaboram com a pretensa segurança. Manifestamos veementemente nosso repúdio à barbárie que a população negra e em situação de vulnerabilidade está submetida.

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