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Alesp vai convocar presidente do Detran para responder reivindicações dos peritos de trânsito

14ago25 Por Norian Segatto (texto e fotos)

Na noite de13 de agosto, psicólogas e psicólogos peritos de trânsito realizaram na Assembleia Legislativa de São Paulo uma audiência pública para discutir os problemas que historicamente o setor enfrenta no relacionamento com o Detran, o departamento de trânsito estadual.

Mesa da audiência, ao centro o deputado Carlos Giannazi

A audiência foi chamada pelo deputado Carlos Giannazi (Psol), na mesa dos debates participaram Cristiane Carneiro, representando o SinPsi, Vanderci Junior, coordenador da subsede de Ribeirão Preto do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Márcia Menezes, da Fenactran (Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito), Maria Aparecida Soares, da Ampetra (Associação de Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito do Brasil) e Marcelo Barbosa. “A audiência pública é uma ferramenta, um instrumento de pressão para dar visibilidade à luta de segmentos da sociedade”, explicou Gianazzi.

Cristiane Carneiro, do SinPsi

A primeira a falar, Cristiane Carneiro, destacou que há mais de uma década o Sindicato discute com o Detran os problemas do segmento, buscando sempre a melhoria das condições de trabalho e remuneração justa. Ela destacou alguns dos principais problemas que os peritos de trânsito enfrentam hoje junto ao Detran, em especial a divisão equitativa, “que não funciona do jeito que deveria funcionar”, a plataforma, alvo de muitas críticas por sua ineficiência e as dificuldades de agendamento. “Temos cobrado o Detran, mas a demora em ter soluções está sendo sacrificante para todos nós”, concluiu.

Vanderci Junior, do CRP, destacou as fiscalizações que o Conselho realizou em 2024, que resultaram em um acordo com o Detran para se implementar uma parceria para que a fiscalização junto aos psicólogos credenciados seja acompanhada por um representante do CRP. “Nós sabemos que muitas vezes a fiscalização não era feita por um profissional da Psicologia”.

Vanderci Junior
Maria Soares

Em sua fala, a representante da Ampetra, Maria Soares, enfatizou o problema das macrorregiões do Estado, que apresentam desproporção na realização dos exames. “Se dois profissionais estão na mesma macro, como é que existe tanta disparidade de atendimento, uns fazem 20 exames e outro colega faz 40. O Detran tem que remodelar essas macrorregiões”.

O perito Marcelo Barbosa destacou que os profissionais, médicos e psicólogos, não têm o trabalho reconhecido e valorizado, e que há uma preocupação da categoria com o tempo de validade dos exames. “Antes, o prazo de validade de um exame par ao CNH era de cinco anos, atualmente, pode chegar a 10 anos. Em dez anos muita coisa pode mudar no estado cognitivo da pessoa”, apontou.

Por fim, Márcia Menezes apresentou diversos aspectos da legislação que rege a atividade dos peritos do trânsito, destacando que a lei já existe, o que é necessário é a efetiva implementação e que cabe ao poder legislativo, ou seja, aos deputados estaduais, fazer a ponte com o Detran para buscar soluções.

Após a fala dos integrantes da mesa, a palavra foi aberta para o público (cerca de 60 pessoas estavam presentes), que elencou mais uma série de problemas vividos no cotidiano dos atendimentos, da dificuldade de agendamento, dos erros do sistema e até ameaças sofridas pelos profissionais, quando não aprovam a habilitação de uma pessoa para ser condutora de um veículo.

Ao final da audiência o deputado Carlos Gianazzi se comprometeu a protocolar um requerimento na Alesp para a convocação do presidente do Detran na Comissão de Transporte. O Detran foi convidado para a audiência pública, mas não enviou representante.   

Andrea Figueiredo, do SinPsi
Valdeluce de Freitas, do SinPsi
Auditório José Bonifácio, da Alesp

Mortes no trânsito

O Estado de São Paulo tem a maior frota veicular do país e o número de acidentes e mortes tem crescido. Entre janeiro e março deste ano ocorreram 1.416 mortes no trânsito, 4,3% a mais do que o registrado no ano passado, uma média de 15 acidentes fatais por dia.

Apenas este número dá a dimensão da responsabilidade e importância do trabalho de psicólogas e psicólogos do trânsito para tornar o ir e vir de condutores e pedestres mais seguros.     

Confira na TV Alesp a íntegra da audiência

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