O escandaloso projeto de tutoria de Matemática anunciado pelo governo estadual neste início do segundo semestre chocou toda a comunidade escolar. Mais uma vez, o governo demonstrou falta de respeito com a categoria e com a escola pública, ao pretender pagar bolsa de R$ 115,00 para alunos do ensino médio ministrarem “aulas” para alunos do ensino fundamental e R$ 50,00 para estes comparecerem às “aulas”. Uma ideia estapafúrdia com claros interesses eleitoreiros.
Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, o governo erra ao não promover a formação e atualização profissionais dos professores que já se encontram na rede estadual de ensino, sobretudo nas disciplinas de Matemática, Física e Química. “Continua errando ao não instituir salários dignos e um plano de carreira atraente para profissionais dessas áreas, o que resulta na falta de professores nas escolas estaduais. Em vez de reconhecer seus erros e corrigi-los, o governo insiste em aprofundá-los, apelando para este verdadeiro remendo que é a contratação de alunos para ensinar outros alunos.”
Bebel entende que com este projeto não apenas desrespeitou os professores e demais profissionais do magistério, mas também os alunos e suas famílias. “Todos merecem mais respeito e consideração”. A presidenta da Apeoesp lembrou ainda que há hoje no país um sentimento de urgência para com as questões educacionais. Leis, programas e medidas têm sido aprovados na esfera federal no sentido de se buscar ampliar o financiamento da educação e o acesso e permanência da população em todos os níveis e modalidades da educação básica.
Este projeto não teria mesmo sentido, pois não estaria resolvendo a raiz do problema, que é a falta de política e investimentos na formação e valorização dos professores. A repercussão negativa e a intervenção do Sindicato foram responsáveis pelo cancelamento de mais este ataque do PSDB à comunidade escolar.
“Infelizmente, a Educação Pública no estado mais rico da Federação tem sido tratada de forma extremamente amadora, beirando ao vexame para os administradores”, comentou Bebel, para completar que “vários projetos são impostos, sem qualquer tipo de planejamento e, diante do iminente fracasso, são abortados.
