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Associação de Transgêneros de Sorocaba realiza mês da visiblidade trans

Debates abordarão problemas como da saúde mental e mercado de trabalho para pessoas trans. Dia 28 acontecerá uma marcha pela cidade.

A cada 48 horas uma pessoas trans é assassinada no Brasil em crimes de violência de gênero. Isso faz o país alcançar o topo de um pódio nada triunfante: o que mais mata trans no mundo.

Para tentar conscientizar a população de que esse número é motivo de vergonha, a Associação de Transgêneros de Sorocaba está organizando o primeiro mês de visibilidade trans na cidade. Em parceria com a prefeitura e o apoio de diversas instituições, inclusive o SinPsi, acontecerão durante todo o mês de janeiro, debates, reuniões e a Marcha do Orgulho Trans no dia 29.

“O foco é a gente fazer uma integração entre a sociedade civil e a militância em busca de uma maior socialização. Dar visibilidade é humanizar”, explicou a coordenadora geral da Associação de Transgêneros de Sorocaba (ATS), Thara Wells, que considerou a atividade do último dia 14, sobre afetividade trans e a exibição do documentário “Casa da Bartô” um sucesso.

Uma das atividades, que acontecerá no próximo domingo (21), levará psicólogos e psiquiatras para debater sobre a saúde mental dessa população. Wells aponta que o processo de hormonioterapias pode alterar o sistema imunológico além da dificuldade de lidar com o preconceito no convívio social. No mesmo dia também será lançada a nova versão do aplicativo TransForma.

“Ele traz todas as leis referentes a população trans no Brasil, além de gírias que usamos, histórias de pessoas LGBTs e até um joguinho pra você pra identificar seu gênero de acordo com as roupas que você coloca no boneco”, explicou Wells.

Já no dia 28, véspera do Dia Nacional da Visibilidade Trans, haverá uma marcha pela cidade. Whells explica que a ideia de caminhar por Sorocaba veio em contraposição a Parada LGBT e que muitos militantes não concordam com o rumo que o ato está tomando. “A parada está se tornando uma festa, e nós queríamos fazer um ato mais político”, comentou.

No último dia do mês, em parceira com o Sesc, a ATS também participará de uma debate sobre mercado de trabalho. Segundo estudo da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra), 90% das travestis e transsexuais se prostituem para se manter. Wells aponta que as dificuldades para a inserção dessa população no mercado formal de trabalho estão por toda a parte.

“Essa é uma das questões mais difíceis para as pessoas trans. Porque parece ela está sempre aquém de uma pessoa hétero. Muitos adolescentes são expulsos de casa quando se assumem, o fato também de não poder usar o nome social afasta muitos da escola e da saúde pública. Aí elas acabam tendo só essa saída da prostituição”, encerrou.

 

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