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CBP: uma história de sucesso

Receptividade, acolhimento e diversidade são as fórmulas do maior congresso de Psicologia do Brasil

Mais de dez anos se passaram desde a realização do I Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP), que ocorreu em 2002, em São Paulo, e reuniu expressivos oito mil participantes. Desde então o sucesso do evento – realizado regularmente de quatro em quatro anos –  é reafirmado a cada edição, fazendo jus ao apelido que recebeu, “Congressão”. Neste ano o CBP chega à sua quarta edição com a proposta de novas formas de interação entre a prática profissional e a pesquisa acadêmica.

Novamente em São Paulo (SP), o evento será realizado de 19 a 23 de novembro, com o tema “Os impactos da Psicologia na sociedade brasileira: a política da ciência e da profissão”. As inscrições ainda estão abertas. Aproveite para fazer a sua com valor promocional até o dia 10 de novembro, pelo site do IV CBP. Além dos estudantes de graduação, filiados às entidades do Fórum Nacional de Entidades da Psicologia (FENPB) também têm desconto.

Caso já tenha se inscrito no CBP, não deixe de confirmar sua inscrição e garantir a participação no evento, que já conta com mais de 10 mil inscritos até o momento. Aproveite para divulgar o evento a outros profissionais, em seu local de trabalho, nas universidades e redes sociais. Sua presença será muito importante para a realização de um verdadeiro Congressão.

Trajetória ascendente

O maior encontro da Psicologia brasileira, frase que passou a definir o CBP, não o define apenas pelos números significativos de participação. É o que afirma a psicóloga coordenadora da Comissão Científica desta edição e coordenadora do evento anterior, Maria da Graça Marchina Gonçalves.   “Quando dizemos que o CBP é o maior encontro, isto traduz principalmente a garantia da representatividade da profissão”, explica.

Para a coordenadora, o segredo do CBP está em sua grande receptividade e acolhimento, que se estende a diferentes públicos – profissionais, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, sem distinções. “Isto favorece a participação. Muitas vezes, mesmo que não intencionalmente, os congressos de Psicologia acabam falando só para o público acadêmico. O CBP, desde o início, tem feito um esforço de chamar todos os profissionais”, afirma.

Além disso, segundo Graça, o “Congressão” representa o grande encontro da Psicologia, pois reúne pessoas de todo o Brasil, de diferentes cidades, com diferentes formações e experiências. “A diversidade é revelada nestes aspectos”, diz Graça, que ressalta os encontros realizados dentro do próprio Congresso. Nesta edição, isso deverá acontecer de forma mais organizada em relação a determinados temas, procurando favorecer a organização de diferentes coletivos da Psicologia, o que se aplica às  atividades culturais.   “Queremos que as pessoas tragam suas experiências e as revelem como verdadeiras expressões culturais da Psicologia. Queremos um grande congresso, cada vez mais inclusivo”.

Nos quatro dias de evento, a programação impressiona pela quantidade de atividades por faixa horária que serão oferecidas aos participantes. De 10h30 às 12h30 e das 14h às 16h serão realizadas, simultaneamente, mesas redondas, simpósios, rodas de conversa, conferências, e atividades criadas para o evento, denominadas “Conversando sobre…” e “Como eu faço…”. A ideia é que a interatividade e a dinamicidade estejam também presentes na programação do IV CBP, que contará, ao final de cada dia, com um simpósio magno.

Uma das novidades que o evento pretende trazer este ano está na organização dos  debates, de forma a dar mais visibilidade para  temáticas referentes a demandas atuais e relevantes  e como se dá a resposta da Psicologia a elas. Por exemplo, quais são as demandas para a Psicologia considerando-se questões regionais frente à diversidade da realidade brasileira; ou questões urbanas, considerando-se as grandes metrópoles do país.

Uma Psicologia, muitas vozes

Fruto da união e parceria de psicólogas e psicólogos de diferentes áreas e entidades representadas pelo FENPB, o CBP foi pensado com o objetivo de resgatar o “elo perdido” entre a ciência e a profissão.

A ideia era fazer com que as pesquisas na área fossem reflexo direto das demandas e dúvidas da prática profissional, ao mesmo tempo em que proporcionasse acesso fácil de psicólogas e psicólogos ao conhecimento acadêmico. Iniciativa que deve ser reconstruída a cada edição do evento, na visão de Graça Gonçalves.

“As próprias mudanças da Psicologia vão aparecendo como demandas para a formação e a pesquisa, e o nosso desafio no Congresso é sempre trazer isto para o debate”. Um exemplo é o campo das políticas públicas ligadas à Psicologia, que cresceu desde a primeira edição do evento, especialmente em relação às práticas do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Formas inéditas de organização da Psicologia têm sido pensadas para proporcionar tais discussões. É o caso dos processos de trabalho, nova forma de categorização das práticas profissionais que, após serem introduzidos na 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, em 2012, serão retomados no IV CBP.

Os processos englobam as conhecidas áreas de atuação da profissão. Há, por exemplo, processos, educativos, culturais, de acolhimento, terapêuticos, entre outros. “As apresentações de trabalhos no Congresso evidenciarão os processos presentes nas diferentes áreas. Nossa missão agora é identificar estes processos também na pesquisa”, diz Graça.

Sobre o FENPB

O Fórum Nacional de Entidades da Psicologia é um espaço de construção coletiva da Psicologia, formado atualmente por 23 entidades representativas da profissão no Brasil, em áreas que vão da saúde à educação, além de sindicais, estudantis e científicas. Surgiu no final dos anos 90 e tem contribuído para uma Psicologia mais democrática, falando em nome da profissão e da categoria.

As entidades se reúnem periodicamente para discutir questões que, em conjunto, ganham força, garantindo direitos e fortalecendo a profissão em espaços de relevante interesse público. O Fórum revela, portanto, a multiplicidade de olhares da Psicologia, traduzida no Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão.

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