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Cidade de SP ratifica compromisso para pôr fim à Aids; governo Bolsonaro acha ineficaz

Em contraste às ressalvas do governo Bolsonaro à política de tratamento à Aids, o prefeito de São Paulo renovou o compromisso de acabar com a doença até 2030.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas(PSDB), publicou no aniversário de São Paulo (25/01) artigo na Agência de Notícias da AIDS referendando o compromisso de sua gestão na luta contra a Aids no município e a ratificação da Declaração de Paris. A medida contrasta com o declarações do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e do próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) – durante a campanha eleitoral em 2018 – sobre a pouca efetividade das ações de prevenção e tratamento do HIV/Aids no País.

O documento foi ratificado pela gestão de Covas em junho de 2018, durante encontro com a diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil, Georgiana Braga-Orillard.

Ainda que sejam insuficientes para atender às mais de 11 milhões de pessoas que vivem na 11ª cidade mais globalizada do planeta, há 10 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e 16 Serviços de Assistência Especializada (SAEs) em ISTs/Aids,

Retrocessos na política de prevenção e tratamento da Aids seria fatal. São Paulo é a capital com maior número de casos de infecção de HIV em homens que fazem sexo com homens (HSH), mostrou estudo de 2016 feito pela Universidade Federal do Ceará (UFCE) em 12 cidades. De acordo com a pesquisa, entre 2006 e 2015, a taxa entre jovens de 15 a 19 anos infectados quase triplicou, passando de 2,4 para 6,7 casos a cada 100 mil habitantes.

É também a cidade onde há maior mortalidade de mulheres negras, uma média de três vezes mais do que as brancas em decorrência da Aids, sendo que 21,5% delas não havia iniciado o tratamento. Os dados são do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Município de São Paulo em 2016.

Falta muito ainda para que a política de controle e tratamento de HIV/Aids ganhe prioridade, porém muito se avançou como escreveu Ana Estela Haddad em artigo publicado, na última terça-feira (29), na Folha de SP.  “Graças a políticas que atravessaram governos de diferentes partidos houve mudanças no comportamento sexual (campanhas de prevenção), no diagnóstico precoce e no acesso democratizado aos caros medicamentos de tratamento”.

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