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Coletivo reconta a história dos negros apagadas do centro de São Paulo

Resgate dos lugares históricos é feito em caminhada, conhecida como “Volta Negra”, por pontos centrais na capital paulista. Próximo passeio ocorre no dia 15 de dezembro

Apesar de o centro de São Paulo ter sido palco de muitas histórias sobre os negros no início da formação da metrópole que se tornaria a capital paulista,  grande parte dessa memória foi apagada da cidade, como descrevem os pesquisadores do Coletivo Cartografia Negra, Carolina Piai Vieira, Pedro Vinícius Alves e Raíssa Albano de Oliveira, criadores da iniciativa “Volta Negra” que conta a narrativa oculta desses lugares históricos.

Há um ano, os três jovens se uniram para estudar e mapear esses locais, e promover uma caminhada, como um passeio turístico cultural, pelos lugares que foram relevantes para a vida da população negra na cidade, mas não são reconhecidos oficialmente pela história da de São Paulo.

Entre eles, o atual Largo da Memória, localizado ao lado do Metrô Anhangabaú, ponto de partida do roteiro. À época da escravidão, além ser um ponto comercial, o largo também era conhecido como o local de leilão das pessoas escravizadas. Ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT, os pesquisadores destacaram ainda o Largo da Misericórdia, na Sé, e as atuais Praça João Mendes e Praça da Liberdade, reconhecidos como locais de tortura, assassinato e enterro de negros e pobres, mas assim como em outros pontos, com alguns marcos desse tempo destruídos.

“Teve um decreto no pós-abolição, assinado por Ruy Barbosa, ordenando apagar todos os documentos referentes à escravidão. Falava-se que era pra começar do zero, mas do zero pra quem?”, questiona Raíssa. “Hoje, a gente não consegue ter acesso de quais países da África nós viemos, de quais comunidades”, lamenta a antropóloga.

A próxima “Volta Negra” ocorrerá no dia 15 de dezembro, a partir das 15h, em frente ao Obelisco do Piques, no Largo da Memória. A contribuição é voluntária.

Assista à reportagem do Seu Jornal

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