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Confira os vencedores do 2º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre – Nada Vai nos Calar

A 2ª edição do Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre – Nada Vai Nos Calar!, já tem seus vencedores. O processo de votação popular recebeu inúmeros votos de todo o país. 

Os candidatos foram indicados pela CUT com a colaboração de dirigentes, sindicalistas e personalidades vinculadas às causas da democracia, liberdade e dos direitos humanos no Brasil e no Mundo. 

Os vencedores receberão o prêmio em cerimônia que acontecerá no próximo dia 9 de dezembro, às 19h30, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo, mesmo local da primeira edição, quando também os demais candidatos serão homenageados. 

A solenidade será conduzida pela atriz Zezé Mota e terá um show com a cantora Lua Reis, filha de Julio de Grammont (in memoriam), um dos candidatos e vencedor do Prêmio na categoria 1. 

Além da premiação, será realizado um ato de desagravo aos companheiros Genoino, Zé Dirceu e Delúbio Soares, presos de forma ilegal e arbitrária em decorrência do julgamento de exceção da AP 470, conduzido de forma explicitamente política e midiática.

Veja aqui quem são os vencedores do 2º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre 

Categoria 1. Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos:

Julio de Grammont (in memoriam)

Jornalista e companheiro Julinho de Grammont teria 61 anos hoje. Um dos mais aguerridos jornalistas da imprensa sindical, fez história, entre outras passagens, ao conduzir o jornal ABCD Jornal durante a intervenção da ditadura militar sobre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, transmitindo as notícias das greves e da militância política a despeito da censura imposta à Tribuna Metalúrgica. Teve passagens também pela grande imprensa nos anos de 1970, como era chamada à época. Militante da Ala Vermelha, ao ingressar no movimento sindical, conquistou entre outras coisas, a transformação da Tribuna em jornal diário. Antes, era semanal. Por volta de 1980, e atuou também na imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Lá também transformou a Folha Bancária em jornal diário. Foi diretor também do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, de 1984 e 1987. Esteve à frente da assessoria de comunicação da Prefeitura de Diadema, entre 1991 e 1995, quando retornou para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em 1998, licenciou-se da entidade, para ser o assessor de imprensa da campanha de Lula à presidência da República. Morreu no dia 26 de novembro de 1998 num acidente de carro na rodovia Anchieta. Deixou como exemplo sua ética, seu profissionalismo e seu compromisso com a classe trabalhadora.

Categoria 2. Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras:

Henfil (in memoriam)

Desenhista, jornalista e escritor Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil destacou-se também por seu posicionamento político, sobretudo devido ao seu engajamento na resistência à ditadura militar no Brasil, lutando pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já. A sua produção de histórias em quadrinhos e cartuns de Henfil apresentava características específicas: um desenho humorístico político, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros. O cartunista morreu, aos 43 anos, no Rio de Janeiro. Hemofílico, contraiu Aids em uma transfusão de sangue, ocorrência comum na época.

Categoria 3. Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça no Campo

Margarida Alves (in memoriam)

Dirigente sindical, grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justice e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar, por 12 anos, a presidência do Sindicato Rural de Alagoa Grande (PB). À frente do sindicato, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra o analfabetismo, as injustiças, a exploração e pela reforma agrária. Margarida foi brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983.

Categoria 4. Personalidade de destaque na luta democratização do Brasil e liberdade de expressão

Marilena Chauí

Professora da USP, mestre e doutora em Filosofia com especialização em História da Filosofia Moderna, Filosofia Política, Ética e Filosofia Contemporânea. Além de extensa produção acadêmica nacional e internacional, Marilena também publicou livros paradidáticos de Filosofia, voltados sobretudo para o público jovem ou não especializado. Seu livro O que é Ideologia (Ed. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos) tornou-se um best-seller e vendeu mais de cem mil exemplares, muito acima da média de vendas dos livros no Brasil. Foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina. (1988-1992). É membro de diversas instituições ligadas a pesquisa e política. Recebeu diversos prêmios e honrarias de extrema importância por seu envolvimento sintonizado com a realidade e os problemas nacionais, algo que continua com suas contribuições e atuação nos dias de hoje.

Categoria 5. Instituição de destaque na luta por Democracia e Liberdade no Brasil e no Mundo

Marcha Mundial das Mulheres (MMM)

Movimento feminista internacional, que surgiu no ano 2000 como uma grande mobilização que reuniu mulheres do mundo todo em uma campanha contra a pobreza e a violência. Entre os princípios da MMM estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base e as alianças com movimentos sociais. Defendemos a visão de que as mulheres são sujeitos ativos na luta pela transformação de suas vidas e que ela está vinculada à necessidade de superar o sistema capitalista patriarcal, racista, homofóbico e destruidor do meio ambiente. A Marcha busca construir uma perspectiva feminista afirmando o direito à auto-determinação das mulheres e a igualdade como base da nova sociedade que lutamos para construir

Categoria 6. Personalidade de destaque na luta por Democracia e Liberdade (escolhida pela CUT com colaboradores do Prêmio)

Luiz Gushiken

Funcionário do antigo Banespa, adquirido pelo Santander no processo de privatizações do governo FHC, ele sucedeu Augusto Campos e presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, atuando de forma ativa contra a ditadura militar, pela redemocratização do país e em defesa da categoria bancária. “Para bem exercer o poder é preciso ao mesmo tempo gostar de exercê-lo e igualmente ter desprendimento em relação a ele”, dizia Gushiken. E poucos exerceram com tanto talento e humildade. 

Ele esteve à frente da maior greve nacional dos bancários, em 1985, defendendo os trabalhadores por salários dignos e por melhores condições de trabalho, conquistando vitórias importantes para a categoria, como o tíquete-refeição e o auxílio-creche/babá, até hoje direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Também ajudou a organizar o Departamento Nacional dos Bancários da CUT, que deu origem à Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e mais tarde à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Gushiken também participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ele presidiu o PT e foi eleito deputado federal por três vezes, tendo sido deputado constituinte e ajudou a construir a Constituição Cidadã de 1988, atualmente em vigência no país.

Foi também coordenador da campanha vitoriosa de Lula em 2002, tendo sido ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no primeiro mandato, onde foi autor de uma campanha de resgate da autoestima do brasileiro, cujo slogan era “Sou brasileiro, não desisto nunca”. Em 2005, foi acusado de participação no suposto esquema do mensalão. Sete anos depois, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de todas as acusações.

Sua força, ética, coragem e competência serão sempre lembrados pelo movimento sindical e pela militância política e social.

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