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Congresso da FENAPSI: Primeira mesa de sábado aborda terceirização e Reforma da Previdência

Na abertura do evento, representante sindicais refletiram sobre o cenário da retirada de direitos e seu impacto nas condições de vida e de trabalho d@s psicólog@s

A primeira mesa do Congresso Extraordinário da Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) teve como tema “Terceirização, baixos salários e Reforma da Previdência: chega de precarização”. O objetivo foi debater o horizonte das condições de trabalho d@s psicólog@s no cenário de retirada de direitos e crise econômica. Participaram da mesa o diretor do Sindicato dos Psicólogos do Mato Grosso do Sul, Walkes Jacques Vargas; a presidenta do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerias, Lourdes Aparecida Machado; e o presidente do Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro, Marinaldo S. Santos.

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O sul-mato-grossense Walkes iniciou a mesa contextualizando a crise econômica e política que se instaurou no Brasil nos últimos anos. Saindo das manifestações de 2013 e indo até o atual cenário de desmonte trabalhista e social, ele ressaltou que o imaginário da população, especialmente a mais carente, está descrente nos direitos sociais, nos serviços públicos e segue uma concepção individualista de vida e de sociedade.

“Nós, psicólogas e psicólogos, não estamos em outro planeta. Temos colegas da nossa base que também pensam assim. Precisamos saber como dialogar com eles e com esse imaginário”, defendeu.

Para dialogar, no entanto, é preciso contato direto com a categoria, algo apontado por Walkes como um desafio para os sindicatos.

“Nossa base é muito pulverizada. Não temos um local de trabalho onde se concentram um grande número de psicólogos. Esse é um grande desafio para conseguir dialogar com a nossa base. Como dialogar com a categoria sobre a terceirização e a Reforma da Previdência?”

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Lourdes Aparecida inseriu o importante debate de gênero na discussão. Para ela, as relações entre condições de trabalho e gênero são indissociáveis.

“Quem somos nós? Somos mulheres com baixos salários, duplas ou triplas jornadas de trabalho que não são contabilizadas para a aposentadoria. Somos aquelas que têm a figura associada ao cuidado e ao espaço privado, e não ao espaço público”, refletiu. ”Baixos salários, desvalorização e violência continuam sendo demonstrações de machismo que controlam a nossa vida”, finalizou.

Já o carioca Marinaldo se debruçou sobre as crueldades da Reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal. Após explicar os retrocessos que a PEC 287 representa, o psicólogo citou o estudo Desmistificando o Déficit da Previdência, da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Anfip), cujo conteúdo relembra que a Previdência Social faz parte do sistema de Seguridade Social, composto também pela Saúde e pela Assistência Social, aspecto frequentemente ignorado pela imprensa e pela base governista.

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