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CRP SP estabelece nova forma de gestão: Projetos Integradores

O CRP SP está implantando uma nova forma de gestão. As ações da entidade passam a ter o modelo de gestão por projetos, seguindo as diretrizes do Planejamento Estratégico 2012, realizado entre setembro do ano passado e janeiro deste ano. Foram definidos seis projetos integradores, que deverão orientar as ações do Conselho visando à garantia do efetivo exercício profissional, a descentralização dos serviços, o fortalecimento das subsedes e, sobretudo, uma abordagem dos temas ligados à Psicologia, sob uma perspectiva intersetorial e cada vez mais referenciada em situações do cotidiano.

Dentro deste novo modelo, grande parte das Comissões Temáticas e dos Grupos de Trabalho deixam de existir. As ações passam a ser realizadas por grupos reunidos em torno de cada um dos seis projetos integradores, sob a coordenação de um(a) conselheiro(a). “A gestão por projetos é largamente adotada em outras áreas e nós entendemos que ela poderia trazer um salto de qualidade para a atuação do Conselho”, afirma a presidenta Carla Biancha Angelucci. Segundo ela, o modelo anterior mesclava áreas temáticas da profissão com recortes populacionais – ao tratar, por exemplo, de questões como Criança e Adolescente, Sexualidade e Gênero – o que facilitava o aprofundamento dos temas, mas também possibilitava um processo de isolamento e fragmentação das discussões, típicos do trabalho por áreas.
“Faltava, internamente, algo pelo que nós temos lutado em outras frentes: uma abordagem intersetorial. O que nós queremos, portanto, é, sem abrir mão do conhecimento aprofundado, produzir novos olhares e permitir uma articulação mais efetiva com as questões vividas no dia a dia profissional, sempre marcado pela complexidade de experiências e múltiplas relações entre campos de saber”, diz.
Vale dizer que, ao longo do planejamento estratégico 2012, foram definidos objetivos, planos tático-operacionais e resultados estratégicos a serem alcançados para cada um dos projetos integradores. O objetivo geral foi o de ampliar impactos e diálogos com os(as) psicólogos(as), com o Estado nas suas três esferas (Legislativo, Executivo e Judiciário) e com a sociedade.
Confira abaixo quais são os seis projetos integradores e seus principais objetivos:
Sistema Conselhos – Será responsável por todas as ações unificadas da Psicologia em todo o país. É o caso da 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, do Ano Temático da Avaliação Psicológica, da ação unificada de álcool e outras drogas, do Grupo de Trabalho nacional sobre Emergências e Desastres, o Seminário Nacional sobre Psicologia do Trânsito em trânsito e o ciclo de Pesquisas do CREPOP. A coordenação é da Conselheira Marilia Capponi.
Interfaces com a Justiça – Articula todos os temas relacionados à rede de garantia de direitos (sistema prisional, adolescentes em conflito com a lei, escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência, atuação de psicólogos(as) no Judiciário, parcerias do CRP SP com Ministério Público e Defensoria Pública, etc. A coordenação é da Conselheira Fernanda Bastos Lavarello.
Mundo do Trabalho – Os Conselhos de Psicologia são responsáveis por assegurar a qualidade profissional dos serviços psicológicos prestados à população. As condições e relações de trabalho nas quais se dá essa oferta de serviços podem prejudicar o exercício profissional. O objetivo deste projeto é identificar essas situações e aprimorar as referências para a atuação psicológica no contexto do Trabalho, bem como propor diálogo com as instâncias legais, sindicais e entidades da Psicologia, a fim de que sejam garantidas condições para o efetivo exercício profissional. A coordenação é do Conselheiro Joari Aparecido Soares de Carvalho.
Regionalização – O objetivo é tornar a atuação do CRP SP mais presente em todo o Estado de São Paulo, orientando, conhecendo as diferentes realidades de trabalho, aprimorando a organização de coletivos de profissionais, fiscalizando o exercício profissional, colaborando na construção e consolidação de referências para os(as) psicólogos(as) e fortalecendo o diálogo com a população e com os(as) gestores(as) locais. A descentralização de processos e a contratação de psicólogos(as) assistentes técnicos(as) são exemplos de ações que deverão prover ainda mais condições para o trabalho realizado em cada uma das nove subsedes espalhadas pelo estado. A coordenação é da Conselheira Graça Câmara.
Medicalização de Crianças e Adolescentes, Judicialização da Vida e Patologização das identidades e dos gêneros – Estes são exemplos de questões sociais que são artificialmente transformadas em problemas individuais. As soluções usualmente adotadas pela sociedade são consideradas pela Psicologia como adoecedoras e, muitas vezes, criminalizantes. O projeto visa discutir com os (as) psicólogos(as) o impacto desses processos sobre o exercício profissional e sobre a qualidade de vida da população, bem como criar mecanismos de intervenção junto à sociedade e aos poderes legislativo, executivo e judiciário. A coordenação é do Conselheiro Luiz Tadeu Pessutto.
Proposição de Políticas Públicas – O objetivo é publicizar posicionamentos consolidados e referências constituídas pelos Conselhos em torno de políticas públicas. Mostrar para instituições como o Judiciário, o Legislativo e o Executivo o que a Psicologia já tem de reflexão sobre temas (em áreas como saúde e educação, por exemplo) e como ela propõe que estas situações sejam trabalhadas. A coordenação é do Conselheiro Cássio Rogério Dias Lemos Figueiredo.

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