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Drogas: criminalizar não é a saída.

O governo federal e a Organização das Nações Unidas (ONU) realizaram nesta semana, entre os dias 9 e 11, o Simpósio Internacional sobre Drogas, em Brasília. O debate destacou as mudanças necessárias para o tratamento da dependência química no Brasil, com enfoque para a descriminalização do usuário, e teve como base um documento elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), lançado em 2010. O relatórioDa coerção à coesão – Tratamento da dependência de drogas por meio de cuidados em saúde traça diretrizes para uma mudança no tratamento de dependentes. (Texto Brasil Atual)

Presente ao evento para relatar a experiência portuguesa no combate ao problema, a coordenadora do Serviço de Intervenção e nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (Sicad) de Portugal, Paula Andrade, explicou como a política sobre drogas funciona no país. “Diversidade é um dos segredos do sucesso na nossa política. Não optamos só por tratamento, ou só pela reinserção social ou só pela prevenção, não há só uma solução, há várias respostas que contribuem para a construção de políticas públicas nessa área”, disse à TVT.

Com a aprovação de leis, no início do ano, que permitem a internação compulsória em alguns estados do país, como Rio de Janeiro e São Paulo, os especialistas que atuam aqui também buscam alternativas. A secretária municipal de Saúde de Mauá reforçou a importância da participação da sociedade no debate.

“Nessa área de saúde mental, e de álcool e drogas temos no município um movimento social organizado, um fórum popular bastante participativo. Acho que a articulação entre governo e sociedade organizada é fundamental para o diálogo”, afirma.

O encontro reuniu diversos setores da sociedade para promover a troca de experiências sobre políticas públicas voltadas à questão das drogas, buscando respostas que considerem as necessidades dos usuários do ponto de vista da saúde, e do combate à discriminação.

Georgina Sales, do Centro de Referência sobre Drogas do estado de Alagoas, lembrou que acabar com os preconceitos na hora de tratar dos pacientes é fundamental.

“Temos seis equipes de consultório na rua trabalhando em quatro áreas de Maceió com a população em situação de rua. É um dispositivo vinculado à atenção básica para atender problemas e necessidades desta população. Trabalhamos com a ideia da coesão, de estar junto, de escutar o outro, sem impor valores, pré-julgamentos e preconceitos nessa relação. E assim as possibilidades se ampliam”, comentou.

Assista aqui a reportagem da TVT.

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