Por Norian Segatto
Representes da Federação Nacional das/os Psicólogas (Fenapsi), do SinPsi-SP e outras entidades organizaram agendas com os representantes do Grupo de Trabalho da área da Saúde do governo de transição para apresentar demandas e subsídios para a elaboração dos programas e propostas para a Saúde.
Fernanda Magano, diretora do SinPsi e membro da mesa diretora do Conselho Nacional de Saúde, explica que ocorreram três encontros com a equipe de transição: um primeiro momento com entidades e movimentos sociais ligados à saúde mental, depois a visita do GT ao controle social, com a presença dos ex-ministros da Saúde, Humberto Costa, Alexandre Padilha e Arthur Chioro e finalizando com as demandas das entidades sindicais.
No campo da saúde mental foi solicitada a abertura de novos CAPs em municípios de pequeno porte, revisão do revogaço de portarias promovido pelo governo que finda, a defesa da Lei 10.216, garantia de financiamento para a realização da 5ª Conferência de Saúde Mental entre outros pontos.
Os três ex-ministros que participação do GT ouviram subsídios e sugestões dos conselhos de saúde Nacional, estaduais e municipais das capitais, que solicitaram maior controle social e financiamento para a promoção da saúde.
“No encontro com as entidades sindicais foi defendida a volta da mesa nacional de negociação permanente do SUS, jornada de 30h para psicólogas/os e piso salarial, defesa do piso nacional da enfermagem e carreira única no SUS” destaca Fernanda Magano.
Para o presidente do SinPsi, Rogério Giannini, que também esteve no encontro, “a transição tem sido uma estratégia acertada do governo eleito, essa reunião foi a 31ª do grupo de diagnóstico da saúde, dando um parâmetro do esforço de ouvir a sociedade. Levei para a reunião o tema da memória da pandemia, destacando que a pandemia de Covid19 não pode cair no silêncio do esquecimento e que a memória é sempre uma construção social em disputa. Para nós, a condução da pandemia pelo governo federal foi um crime de estado; esquecer isso é despolitizar e desistoricizar a pandemia. Memória é fator de saúde mental”.
Além dos representantes da equipe de transição e do Conselho Nacional de Saúde, participaram Socorro Gros, representante da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e o dr. Jarbas Barbosa, presidente da OPAS Internacional.
“Foram dias intensos, de muitas trocas e reflexões sobre os caminhos da saúde no Brasil, neste novo ciclo que se inicia e que esperamos possa representar e resgate das políticas de saúde. Tivemos quatro anos de um governo genocida, agora esperamos ter um governo que respeite e valorize a vida”, analisou Magano, após os encontros.
Confira abaixo o áudio de Fernanda Magano comentando sobre as reuniões.