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Entidades pressionam governo de SP por informações sobre a seca

A Rede Nossa São Paulo reivindica transparência nas medidas tomadas para solucionar a crise de abastecimento de água no estado

São Paulo – Entidades pressionam o governo do estado de São Paulo pela crise da água. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) encaminhou uma carta para o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), indicando situações de falta de água na capital paulista e na grande São Paulo. A Rede Nossa São Paulo lançou uma petição por mais transparência nas medidas do governo para solucionar a escassez. A reportagem sobre o tema foi ao ar na edição de ontem (1) do Seu Jornal, da TVT.

O Idec realizou a campanha Tô sem Água, lançada há dois meses, para registrar situações em que a população sofre com a escassez. Foram registrados 599 relatos de falta de água na região metropolitana de São Paulo. Desse total, 82% afirmaram sofrer com a falta do recurso durante a noite. Além disso, 73% indicam interrupção do fornecimento ao menos uma vez por dia.

Claudia Almeida, advogada do Idec, pontua que a entidade tem dialogado com o governo e com a Sabesp e encaminhou os números coletados. No entanto, Claudia alega que os órgãos públicos negam que há falta de água. “Eles dizem que são casos pontuais, que são números insignificantes”, diz. Para a advogada, está faltando a Sabesp se informar.

A Rede Nossa São Paulo, formada por mais de 700 entidades da sociedade civil organizada, reivindica transparência nas medidas tomadas pelo governo. O principal problema apontado é o desperdício da empresa no sistema de distribuição, em que 25% da água tratada se perde. Fernando Beltrame, integrante da Rede, indica que a entidade está procurando quais ações podem reduzir essa perda.

“São as ações emergenciais, porque hoje em São Paulo a gente passa por uma crise bem séria”, diz. Beltrame critica as medidas paliativas do governo de São Paulo, como o gasto de R$ 80 milhões para capacitação do volume morto, que está operando com 10,8% da sua capacidade. Além disso, considera insuficiente o investimento de R$ 7 milhões com bombeamento de nitrato de prata nas nuvens para estimular a chuva.

“Para a gente retomar o ciclo de chuvas em São Paulo, a gente precisa entender melhor como trabalhar o uso de ocupação de cerrado e da Amazônia,  então reduzir o desmatamento”, considera. O reflorestamento com mata nativa nas regiões dos reservatórios é indicado como um ação economicamente viável e capaz de auxiliar a reposição da água nos mananciais.

O estado de São Paulo vive a pior crise de escassez de água da história. O Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo, opera com 11,4% da capacidade. Essa situação passou a comprometer outros sistemas, como é o caso do Alto Tiete, responsável pelo fornecimento de água para 4 milhões de pessoas das regiões metropolitanas de São Paulo e do Alto Tietê. As reservas hídricas estão com apenas 20,7% da capacidade.

Assista aqui a reportagem completa realizada pela TVT.

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