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Flagrantes revelam descaso com pacientes em hospital de Sorocaba

O Hospital Regional de Sorocaba está sob investigação. Em junho deste ano, 12 pessoas foram presas suspeitas de participação em fraudes em licitações e também por receber por plantões que não eram realizados.
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Um mês e meio depois de entrar no noticiário em consequência de denúncias de corrupção, o Hospital Regional de Sorocaba, no interior de São Paulo, volta a chamar a atenção. O repórter Honório Jacometto mostra por quê.

Macas e cadeiras de roda na calçada. Depois de horas de viagem, um homem teve que ser amparado para chegar ao consultório médico. Ele não consegue andar fica à espera de ajuda. “Eles tratam a pessoa como indigente”, conta uma testemunha.

“Deixam o doente lá na rua para entrar aqui para internar. Como é que pode?”, questiona uma senhora.

O Hospital Regional de Sorocaba, no interior de São Paulo, recebe pacientes de 48 municípios. São mais de 3 mil por dia. Os motoristas dizem que as ambulâncias são proibidas de entrar no hospital.

“Paciente que custeia esse hospital não pode movimentar aqui dentro?”, argumenta um homem.

Com tantas manobras, o trânsito fica parado. Hoje o estacionamento do hospital é usado apenas pelos funcionários.

A portaria principal do hospital regional está fechada desde janeiro. A empresa que cuidava da portaria estava irregular e, por isso, o contrato foi rompido. Segundo a direção do hospital, os portões só serão reabertos para as ambulâncias depois que o processo para escolher uma nova empresa for concluído, o que deve demorar 90 dias.

“Uma nova licitação já está em andamento e está na assessoria jurídica em São Paulo para aprovação o quanto antes”, garante Reinaldo Licciardi, diretor do hospital.

O hospital está sob investigação. Em junho deste ano, 12 pessoas foram presas suspeitas de participação em fraudes em licitações e também por receber por plantões que não eram realizados. Todas já foram soltas.

Por dois dias, a equipe de reportagem do Jornal Nacional acompanhou o drama dos pacientes. Zacarias, que tinha acabado de fazer quimioterapia, passou mal, teve convulsões a 20 metros do hospital, mas nenhum médico ou enfermeiro saiu para atendê-lo.

“A moça falou que eu tinha que chamar o resgate. Vem o resgate lá do cafundó do Judas para salvar alguém que está na frente do hospital?”, questiona uma mulher.

Inconformados, foram os vigias do hospital que socorreram o homem.

Nesta terça-feira (2), Zacarias voltou para agradecer a ajuda. “A partir do momento que um médico fez o seu juramento, não importa onde ele esteja, ele tem que pegar e atender o paciente”, afirmou.

A direção do Hospital Regional de Sorocaba declarou que não houve alteração no local de recebimento dos pacientes por meio de ambulâncias e que o acúmulo de veículos na frente do hospital foi pontual.

A direção também afirmou que a prestação de socorro às pessoas que passam mal em dependências externas ao hospital cabe apenas ao Samu, o Serviço Móvel de Urgência.

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