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Frente Parlamentar de Luta Antimanicomial vai levar a luta para os gabinetes de São Paulo

Nesta segunda-feira (21/5), às 19h, foi lançada a Frente Parlamentar de Luta Antimanicomial de São Paulo, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Com o apoio da Frente Estadual Antimanicomial e coordenação do deputado Adriano Diogo, a sessão plenária teve início com a apresentação do usuário dos serviço de saúde mental Carlos Eduardo, mais conhecido como Maicon Pop, devido a suas dublagens do pop star Michael Jackson, vestido a caráter.

Ainda antes da formação da mesa, foi exibida a nova reportagem do programa Nau dos Insensatos, produção do Sinpsi em parceria com a Via TV Comunicação e Cultura (www.viatv.com.br) e com a Nau Web TV (www.nauweb.tv).
A mesa foi composta por Antonio Diogo, presidente da Frente; Rogério Giannini, presidente do SinPsi; Elisa Zaneratto, representando a Rede Nacional Internúcleos de Luta Antimanicomial (RENILA); Elizabete Henna, representando o Movimento Nacional de Luta Antimanicomial (MNLA); Adiana Eiko, do Conselho Federal de psicologia (CFP); Lumena Furtado, secretária estadual adjunta de Saúde; e Marília Capone, do Conselho Regional de Psicologia (CRP), dentre outros componentes da Frente Parlamentar.
A plateia contou com personalidades importantes para o debate da luta antimanicomial, como o psiquiatra italiano Pasquale Evaristo, um dos precursores do movimento antimanicomial.
“Espero que hoje represente um ponto de mudança na cultura de São Paulo em relação à Saúde Mental”, disse o médico.
Os presentes aproveitaram a ocasião para relembrar o workshop realizado ano passado, em comemoração aos 25 anos da luta, bem como o I Simpósio Internacional sobre Manicômios Judiciários e Saúde Mental, ocorrido em 2009.
“Viemos à Alesp dia 8 de março para brigar por essa Frente Parlamentar. É uma vitória. O tratamento com amor e liberdade é o que traz qualidade de vida, é o que faz a diferença”, comentou Elizabete Henna.
O presidente do SinPsi falou do debate feito no 13º Congresso Estadual da CUT (CECUT):
“No Congresso aprovamos uma resolução a favor da luta antimanicomial, pois é uma luta nossa e da sociedade. Essa é uma grande vitória sindical. Acreditamos na transformação do mundo. As forças manicomiais atuam com interesses econômicos. Está na hora de organizar as nossas forças”, disse Giannini.
Para Lumena Furtado, o lançamento da Frente Parlamentar de Luta Antimanicomial marca a palavra luta.
“Temos uma disputa grande por dois modelos, por duas formas de ver o mundo. Então, não podemos perder a capacidade de nos indignarmos. A oportunidade aqui é de fazer ações, como esse programa de TV que fez o Sindicato dos Psicólogos. Vamos chamar outros parlamentares para a Frente. Não podemos correr o risco de pôr mil pessoas na rua, num ato de 18 de maio, e perder nos gabinetes”, afirmou a secretária.
O sistema prisional foi citado pela conselheira Adriana Eiko.
“Venho do enfrentamento contra o encarceramento em massa da nossa juventude negra. Questiono sobre como os profissionais de saúde estão sendo convocados a responder a esse tipo de encarceramento. Quais as práticas psis que sustentam o termo ‘periculosidade’? Mas não estamos sós. Somos loucos uns pelos outros e negamos essa solidão que nos segrega do convívio”, considerou Adriana.
A Frente Estadual de Luta Antimanicomial de São Paulo surgiu do processo de organização e mobilização da IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial no Estado de São Paulo. Como também, das principais atividades e lutas contra os retrocessos assistidos em São Paulo na Saúde Pública e na Reforma Psiquiátrica. É a soma de um conjunto de entidades, movimentos, organizações e pessoas que militam em Defesa do Sistema Único de Saúde 100% Público e da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.
A frente tem como filosofia: Não a Higienização!! Não a Internação Compulsória e Não ao Financiamento Público das Comunidades Terapêuticas! E trabalhar por uma Política de Álcool e outras Drogas Pública e Não Segregativa!

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