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Funcionários da Saúde se mobilizam em defesa do SUS

Categoria marcou greve a partir de sexta-feira no serviço público estadual
São Paulo – Para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado no sábado (7), movimentos sociais e populares, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) estiveram presentes hoje (10), na praça da Sé, no centro de São Paulo, para defender o sistema e protestar contra a terceirização da Saúde no estado. “A Saúde está sendo mercantilizada. É obrigação do Estado torná-la pública”, disse Luiz Antônio Queiroz, secretário de Saúde da CUT de São Paulo.
Francisca Ivaneide de Carvalho, integrante da União dos Movimentos Populares de Saúde (UMPS) e usuária do SUS, afirmou que a situação está crítica com a privatização da Saúde em São Paulo. “A prefeitura vem com uma proposta de OSs (organizações sociais) argumentando que vai melhorar a Saúde e, infelizmente, não está atendendo à demanda, conforme prometido durante a campanha eleitoral.”
Em protesto contra o descaso da prefeitura, uma carta aberta direcionada à população de São Paulo foi assinada por 67 entidades. Segundo o dirigente sindical Oldimar Sérgio Alves dos Santos, o problema está nos representantes do Conselho Municipal de Saúde. “Existe verba, mas a questão específica do município é a gestão, que deixou na mão das OSs a administração pública da Saúde, quando esta deveria ser uma política de estado, e não de governo.” Ele disse que o ato teve objetivo de mostrar para a população a importância do SUS para o município. “Nós queremos que as pessoas se conscientizem da importância do sistema e do que está acontecendo.”
Ex-agente de saúde e usuária do SUS, Maria Eleonora dos Santos Rodrigues lembra de quando começou a trabalhar no posto e compara o passado com a atual situação: “Com o tempo, o atendimento só está piorando. No posto onde trabalho só tem uma médica. Está crítico. As pessoas são atendidas por enfermeiras e, só quando o caso é mais grave, são encaminhadas para a médica”, disse.
“O SUS está sucateado. O salário é o mesmo há 20 anos”, disse a funcionária Vileda Madalena Gosslir de Souza. Enfermeira do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ela garante que o problema não está somente na questão salarial, mas também na falta de investimento e nas condições de trabalhado. “Já fui transferida duas vezes por conta da privatização e deixei meu vínculo de trabalho por causa de pessoas que sequer se importam com o trabalho, com a população.”
Greve
Trabalhadores públicos da saúde no estado de São Paulo, em assembleia realizada em 23 de março, aprovaram greve a partir de sexta-feira (13), para pressionar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a negociar uma reposição de 26% correspondente, segundo a entidade, a quatro anos de salário congelado. A extensão das gratificações, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado (SindSaúde) Angelo D’Agostini Júnior, é um salário-base no qual 60% são gratificações. “A maioria dos funcionários tem um salário-base abaixo do salário mínimo. Nosso vale-refeição é de R$ 4.”
Uma assembleia está marcada para a própria sexta-feira. O SindSaúde só vai sentar para negociar com o governo até quinta-feira (12). “Se não houver proposta, é greve por tempo indeterminado.”

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